Operação conjunta mira empresa suspeita de fraude em consórcios

Empresa é suspeita de aplicar golpes ao induzir consumidores ao erro em contratos de consórcio e se apropriava de quase 95% dos valores pagos como entrada pelos clientes. – Fotos: Ascom | PCRR

Na manhã desta quarta-feira, 19, a PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio da DDCON (Delegacia de Defesa do Consumidor), participou de uma operação integrada com o Procon Municipal, o CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) de Roraima e a GCM (Guarda Civil Municipal). A ação teve como objetivo a interdição de uma empresa suspeita de aplicar golpes ao induzir consumidores ao erro em contratos de consórcio.

Participaram o delegado titular da DDCON, Rodrigo Gomides, o adjunto, Eduardo Patrício e uma equipe de policiais da Delegacia especializada.

O delegado adjunto da DDCON, Eduardo Patrício, que preside as investigações, explicou que a empresa atuava como uma suposta intermediadora de consórcios, levando os consumidores a acreditarem que estavam contratando financiamentos.

“A prática dessa empresa era induzir os consumidores a erro, fazendo-os acreditar que estavam contratando um financiamento, quando, na verdade, estavam assinando um contrato de consórcio”, afirmou Patrício.

Além disso, a empresa se apropriava de quase 95% dos valores pagos como entrada pelos clientes.

“Os clientes pensavam que estavam fornecendo um valor que seria utilizado como entrada, mas, na verdade, todo aquele montante estava sendo apropriado por essa empresa”, destacou o delegado.

A interdição da empresa foi realizada administrativamente pelo Procon.

Durante as investigações, constatou-se que a empresa não possuía nenhum vínculo ou contrato com as administradoras de consórcio mencionadas nos contratos.

“Verificamos que essa empresa não tem nenhum contrato com as administradoras de consórcio com as quais afirmava trabalhar”, disse Patrício.

A DDCON trabalha com base no registro de 20 boletins de ocorrências de vítimas que procuraram a Polícia Civil contra a empresa e seus representantes, e as investigações estão em fase de conclusão.

“Estimamos que o faturamento dessa empresa, somente com os valores de entrada pagos pelos clientes, esteja entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão”, revelou o delegado.

A empresa atua desde 2021 e, para dificultar o rastreamento, vinha mudando o CNPJ.

“Desde 2022, alterou para o nome atual e continua com as mesmas práticas”, informou Patrício.

Foi identificado também que os contratos com as administradoras de consórcio não eram confirmados pelos próprios clientes.

“Foram repassados dados que não pertenciam aos clientes, e terceiros acabaram confirmando esses contratos junto às administradoras”, explicou o delegado.

Para evitar cair em golpes semelhantes, Patrício orienta os consumidores a realizarem contratos diretamente com as administradoras de consórcio.

“Se a pessoa deseja fazer um consórcio, deve entrar em contato com a própria administradora e não com intermediários”, aconselhou. Ele também recomenda verificar no site do Banco Central se a empresa é realmente uma administradora de consórcio autorizada a comercializar cotas.

A interdição da empresa foi realizada administrativamente pelo Procon, e a empresa tem prazo para recorrer da decisão tanto na esfera administrativa quanto judicial.

“A investigação criminal continua aqui na DDCON e está em fase de finalização, podendo resultar em indiciamento dos envolvidos”, concluiu Patrício.


Veja também

Topo