Pacaraima: presidente da ALE-RR e ministro da Previdência visitam instalações da Operação Acolhida

Comitiva formada por deputados e vereadores foi ao Marco BV-8 e posto de triagem da força-tarefa humanitária. – Fotos: Nonato Sousa

O presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), deputado Soldado Sampaio (Republicanos), e o ministro da Previdência Social, Carlos Roberto Lupi, visitaram as instalações da Operação Acolhida em Pacaraima, fronteira com a Venezuela, neste sábado, 2. O ministro queria entender o fluxo de atendimentos para levar demandas ao governo federal.

Fizeram parte da comitiva os deputados federais Albuquerque (Republicanos) e Helena da Asatur (MDB), o defensor-geral Oleno Matos, e a presidente da Câmara de Pacaraima, vereadora Dila Santos (SD).

O ministro e o deputado Sampaio foram ao Marco BV-8, onde ficam as bandeiras do Brasil e da Venezuela, visitaram a Base Sargento Braz, alojamento militar anexo ao posto de triagem da operação, também visitado por eles. Carlos Lupi avaliou que as Forças Armadas fazem um excelente trabalho, mas é preciso avançar.

“Precisamos entender que a população de um país irmão precisa ter soluções definitivas. Me impressiona e me toca enquanto ser humano ver um casal com três filhos querendo ter a oportunidade de viver com dignidade. É preciso ter uma política pública para a pessoa não ficar perdida, sem saber para onde ir, sem oportunidade. Precisamos cuidar do nosso país, mas a nossa Constituição defende o humanismo, o ser humano, qualquer que seja a nacionalidade”, afirmou.

Deputado Soldado Sampai

Reflexos da migração

Soldado Sampaio enfatizou que o objetivo de levar o ministro até a fronteira foi para que observasse a realidade da migração venezuelana, resultado da grave crise econômica, política e social do governo de Nicolás Maduro. O presidente do Legislativo lembrou que, diariamente, ainda entram no Brasil, pela fronteira de Pacaraima, entre 300 e 400 migrantes em busca de apoio das instituições brasileiras e organizações humanitárias.

“Isso tem todo um impacto social, especialmente em Pacaraima, por isso mostramos esses detalhes. Também ouvimos os vereadores e as demandas do município, como a migração, falta de água, uma destinação correta do lixo e a delimitação da área urbana de Pacaraima, que está dentro de uma reserva indígena e não se tem clareza quanto à extensão territorial. Estiveram o ministro e os deputados federais para que possamos levar esses temas ao conhecimento do governo federal”, explicou.

Deputado Albuquerque

Dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que Pacaraima teve um aumento de 85% na população nos últimos 13 anos (em comparação com o Censo de 2010). Atualmente, são mais de 19,3 mil moradores, e a migração é o principal fator para a nova realidade populacional. A base da Operação Acolhida oferta diversos serviços quanto à documentação para entrada no país e abrigamento temporário.

“Trazer o ministro até Pacaraima é para que ele sinta na pele a diáspora venezuelana que chega ao Brasil. Nós temos que amparar, porque o país é uma pátria-mãe, mas precisamos entender que temos brasileiros em igual situação [de vulnerabilidade social]. Por isso, é importante pensarmos no venezuelano, no brasileiro, e fazer o melhor por todos”, declarou o deputado Albuquerque.

Deputada Helena da Asatur

Além da migração, a deputada Helena da Asatur mencionou que o problema da falta de água também é gravíssimo. Por essa razão, ela disse que esteve com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, para cobrar uma solução urgente frente ao desabastecimento da cidade. A falta de água agrava a situação de vulnerabilidade social dos migrantes e prejudica atividades de quem mora na cidade.

“É urgentíssima essa situação. O ministro me garantiu que semana que vem haverá uma equipe em Roraima para ajudar os prefeitos nos planos de trabalho, que são essenciais para a liberação de recursos, e as gestões municipais consigam amenizar essa situação. A longo prazo, pensamos, sim, em uma barragem e estaremos lá [em Brasília] para cobrar e ajudar os municípios. A água é essencial para a população e não podemos esperar”, concluiu Helena.

Josué Ferreira

 

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