Quem é pai de uma criança com autismo sabe o quão essencial é o acompanhamento profissional para evolução do filho. Pensando nisso, a Prefeitura de Boa Vista tem investido cada vez mais nessa rede de apoio, que começa nas salas de aula e de Recursos Multifuncionais das escolas, à iniciativas voltadas especificamente para este público, como é o caso do Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista da Rede Municipal de Ensino.
Na semana em que se celebra o Dia dos Pais (13 de Agosto), vamos conhecer histórias de pais que lutam para que seus filhos com autismo se tornem adultos felizes e com autonomia para uma vida independente. Todos os dias eles vestem a roupa de super-herói e embarcam juntos nessa jornada que inclui muito amor, compromisso e, acima de tudo, fé que toda essa dedicação trará bons resultados no futuro.
Abraço de ouro
Falando em dedicação, o vigia Pedro Nascimento sabe bem o que é isso. Pai do Pedro, de oito anos, aluno com autismo da Escola Municipal Frei Artur Agostini, ele acompanha o filho há, pelo menos, cinco anos. Mudou seus horários de trabalho só para ficar próximo do menino, que hoje é atendido na Sala de Recursos Multifuncionais e no Centro de Autismo.
“Quando ele tinha dois anos de idade, os professores da escola notaram que ele ficava muito agitado, passando por baixo e por cima das cadeiras, das mesas e não conseguia prestar atenção na aula. Na época, ele foi diagnosticado com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Porém, com cerca de três anos de idade recebeu o diagnóstico de autismo”, disse.
Desde então, já são ao menos cinco anos de acompanhamento profissional e conforme o Pai, os resultados positivos são nítidos. “Antes ele não podia ouvir som alto, não conseguia receber o abraço de ninguém, nem mesmo o meu. Ver ele hoje com essa segurança para abraçar é um dos pontos que mais me emociona. Se tornou uma criança muito melhor para nós, família e para a sociedade”, explicou.
Pedro Filho também é atendido na Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do Mecejana, bairro onde mora. Por lá, ele integra o Programa Conviver e faz uma série de atividades que contribuem para o seu processo de socialização e inclusão social.
Reciprocidade
Quem também é puro orgulho do filhão é o cuidador Paulo Cruz, pai do Daniel Francisco, de 6 anos, aluno com autismo atendido na Escola Municipal Pequeno Polegar. Daniel recebeu o diagnóstico de autismo com cerca de quatro anos e, assim como Pedro, é acompanhado tanto na Sala de Recurso Multifuncional, como também no Centro de Autismo.
Porém, Daniel sempre teve o privilégio de, em casa, ser acompanhado pela mãe, que é professora da área de Educação Especial e pelo pai, cuidador. Paulo afirmou que mesmo com a experiência de ambos, o suporte de outros profissionais é essencial para a evolução do filho.
“Sem terapia a criança não desenvolve. E quando falamos em poder público, sabemos que quem mais se dedica para esta causa é a Prefeitura de Boa Vista. A gente observa o Daniel, ele é carinhoso, sorri, abraça e vemos que isso é resultado da relação dele com a escola e com o Centro. É sinal de que nos locais onde ele é atendido, tem recebido carinho”, afirmou.
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Educação especial
Pedro e Daniel estão entre os 793 autistas atendidos, atualmente, na Rede Municipal de Ensino, que conta com 1.601 alunos considerados público-alvo, entre crianças com deficiência física, intelectual, auditiva ou visual e alunos com altas habilidades. Para isso, Boa Vista conta com 138 professores especialistas em educação especial, que além dos atendimentos ofertados, desenvolvem diversos projetos em parceria com a comunidade escolar.
Atendimentos especializados
O Centro reforça o trabalho já desenvolvido na Educação Especial do município, por meio do Atendimento Educacional Especializado (AEE). Esses atendimentos acontecem nas Salas de Recursos Multifuncionais, disponíveis em 67 escolas da rede, assim como no Centro de Autismo e no Centro Municipal Integrado de Educação Especial (CMIEE).
É importante destacar que as unidades funcionam mediante encaminhamento da própria escola, que faz um requerimento contendo um relatório sobre a necessidade daquele aluno receber atendimento especializado. Após esse procedimento, os profissionais entram em contato com a família para efetivação da matrícula.
Marcus Miranda