Palestra para servidoras da Superintendência Especial da Mulher aborda importância do cuidado com corpo e sexualidade

Ação faz parte de atividades programadas ao longo de 2024 para cuidar da saúde mental e física das colaboradoras. – Fotos: Eduardo Andrade | SupCom/ALE-RR

A Secretaria Especial da Mulher (SEM) da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) promoveu, nesta quinta-feira, 2, a palestra “Autoconhecimento Corporal e Sexualidade”, ministrada pela fisioterapeuta pélvica Rocilda Moura.

A ação faz parte de um ciclo de palestras mensais promovidas pelo órgão, com o objetivo de cuidar da saúde física e mental dos servidores, que lidam diariamente com mulheres vítimas de violência doméstica e familiar no Chame, e com os autores das agressões, por meio do Centro Reflexivo Reconstruir.

Diretora da Secretaria Especial da Mulher, Glauci Gembro

“Desde janeiro, ministramos palestras mensais com diversos temas para que nossos servidores estejam mais preparados para receber o público externo. Esse autoconhecimento vai promover uma melhor qualidade de vida para o servidor, que, consequentemente, vai acolher melhor nosso público”, explicou a diretora da SEM, Glauci Gembro.

Autocuidado, prevenção e prazer

A palestrante guiou os participantes em uma jornada de autoconhecimento da anatomia feminina, detalhando os órgãos genitais internos e externos, suas funções e importância para a saúde e o prazer sexual.

“No autoconhecimento, também estamos em busca da afirmação dos nossos valores. É a capacidade de uma pessoa se conhecer, entender o seu próprio corpo, como funciona, quais são suas limitações e condições físicas, tanto internas quanto externas. A primeira coisa que precisa ser valorizada sou eu mesma. Como meu parceiro vai me valorizar, se eu mesma não dou esse passo?”, questionou a fisioterapeuta.

Fisioterapeuta pélvica Rocilda Moura

Ao desmistificar tabus e promover o cuidado do próprio corpo, Moura afirmou que a mulher desenvolve a autoestima e ainda ajuda a prevenir doenças e disfunções sexuais (disfunção do desejo, dispareunia, disfunção do orgasmo).

“Por exemplo, como se descobre o câncer de mama? Se tocando diariamente. É melhor se examinar regularmente. Infelizmente, tive uma paciente que, quando descobriu, já era tarde, justamente por não ter esse hábito. Então a autoavaliação se torna uma prevenção, tocando no corpo, o ventre, a região íntima”, disse, ao acrescentar que “cada corpo é único e merece ser acolhido e tocado em sua diversidade, sem julgamentos ou comparações”.

A fisioterapeuta também explicou os diferentes aspectos do ciclo de resposta sexual, demonstrando como identificar as fases (desejo, excitação, orgasmo e resolução) e suas características, além da importância de saber lidar com as oscilações hormonais de forma natural e saudável.

Servidora Michele Amorim

“Nós, como mulheres, somos uma explosão de hormônios. Mas quando não estamos bem na parte orgânica e emocional, começamos a desencadear desequilíbrios. A parte física sente. Para ter saúde, precisamos de equilíbrio. Porque entender o próprio corpo ajuda a descobrir quais estímulos são os melhores para cada momento da sua vida”, destacou.

Ao final da palestra, as participantes agradeceram a oportunidade de aprendizado e reflexão. É o caso da servidora Michele Amorim, que também atua como doula voluntária.

“Achei excelente trazer as mulheres para conhecer o corpo, porque esse é um autoconhecimento. E, como doula, acho que todo mundo deveria conhecer uma fisioterapeuta para melhorar o assoalho pélvico, porque isso ajuda em muitas coisas no trabalho de parto”, ressaltou Amorim.

Servidora da SEM, Monique Santos

Essa também é a visão de Monique Santos, recepcionista da SEM, que pretende colocar em prática o processo de autoconhecimento.

“Essa palestra foi maravilhosa. Tem muitas coisas que ela falou que eu não sabia, sobre como se tocar, doenças como o vaginismo. Só tive um relacionamento a minha vida toda”, garantiu a servidora.

Sobre a SEM

A Secretaria Especial da Mulher (SEM-ALE-RR) tem como objetivo promover a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. Uma de suas missões é incentivar mulheres a romper ciclos de violência e outras violações de direitos, oferecendo atendimento multidisciplinar (psicológico, social, jurídico, orientação e informação).

Atendimento presencial

Boa Vista: Avenida Santos Dumont, nº 1470, bairro Aparecida, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h (sem intervalo para o almoço).

Rorainópolis: Núcleo da Secretaria Especial da Mulher, na Rua Senador Hélio Campos, sem número, BR-174. O atendimento multidisciplinar funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Atendimento remoto

ZapChame: Por meio do número (95) 98402-0502, qualquer pessoa pode denunciar ou pedir ajuda. O informante não precisa se identificar, e a mensagem é mantida em sigilo absoluto. Técnicas do Chame orientam de acordo com as demandas. Os atendimentos ocorrem 24 horas por dia, inclusive sábados, domingos e feriados.

Suellen Gurgel

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