PCRR esclarece fraude contra o DPVAT e indicia advogado e mais três por tentativa de estelionato

Quatro pessoas foram indiciadas por estelionato tentado, entre elas o advogado e ex-delegado de polícia, M.R.M., apontado como mentor do golpe. – Fotos: Ascom | PCRR

A PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio do 1º DP (1º Distrito Policial), concluiu nesta sexta-feira, 30, uma investigação que revelou um esquema de tentativa de fraude contra o DPVAT (Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres). Quatro pessoas foram indiciadas por estelionato tentado, entre elas o advogado e ex-delegado de polícia, M.R.M., apontado como mentor do golpe.

De acordo com a delegada responsável pelo inquérito, Jéssica Muniz, o esquema foi descoberto após a seguradora responsável pelos pagamentos identificar inconsistências em uma solicitação de indenização apresentada em julho de 2014 por N.C.M., que teria recorrido aos serviços de uma empresa de despachantes sediada em Boa Vista.

A investigação apurou que N.C.M. registrou um boletim de ocorrência alegando ter sido atropelada por uma motocicleta em setembro de 2013. Porém, ao ser ouvida pela seguradora, afirmou que o acidente envolveu um carro — o que gerou contradições e levantou suspeitas.

Além da divergência no relato, a seguradora constatou que os documentos médicos apresentados eram falsos. Questionada, a suposta vítima afirmou que apenas assinou os papéis fornecidos pela empresa, que já estavam prontos.

Ainda segundo a delegada, a responsável por registrar o boletim de ocorrência, foi R.D.F.A., funcionária da empresa, a mando do proprietário, M.R.M., ex-delegado de polícia, demitido da Policia Civil por corrupção. Também foi indiciada a funcionária M.R.D.L.C., que participou da formalização da solicitação fraudulenta.

A gravidade do caso, segundo a delegada, reside não apenas na tentativa de obter vantagem indevida, mas também na quebra de confiança institucional, já que o mentor do golpe é um ex-integrante da própria Polícia Civil.

Diligências confirmaram ainda que não há qualquer registro, eletrônico ou físico, de atendimento médico prestado a N.C.M. na data em que o acidente supostamente teria ocorrido.

Diante das provas reunidas, N.C.M., R.D.F.A., M.R.D.L.C. e M.R.M. foram formalmente indiciados por estelionato tentado. O inquérito foi encaminhado ao MPRR (Ministério Público do Estado de Roraima) e à Justiça para as providências legais cabíveis.

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