Uma ação enérgica da PCRR (Polícia Civil de Roraima) foi desencadeada, após uma denúncia anônima acusar um agente de Polícia Civil do quadro da União C.A.V.S., de estupro de vulnerável contra a enteada de 11 anos. A operação conjunta envolve a DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente), DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e foi coordenada pela Corregepol (Corregedoria-Geral de Polícia), por meio da Seção Correicional e com o apoio do GRT (Grupo de Resposta Tática). Um mandado de busca e apreensão foi cumprido ao longo desta sexta-feira, dia 17, e buscas estão em andamento para prender o agente, que está foragido.
A investigação teve início na DPCA desde o dia 06 de janeiro deste ano, quando o delegado Matheus Rezende, recebeu a denúncia de que C.A.V.S., estaria abusando sexualmente da enteada há anos, com a conivência da mãe da vítima, A. P. S. R., de 28 anos. Segundo a denúncia, em certa ocasião a mulher teria registrado em vídeo os abusos contra a filha, para utilizar em eventuais ameaças contra o suspeito.
O delegado informou ainda que foi instaurado Inquérito Policial para esclarecer o crime. No entanto, destacou, de acordo com as informações obtidas durante a investigação, esta não seria a primeira vez que o agente estaria envolvido em práticas abusivas. Há indícios de que ele já teria cometido abusos contra outras pessoas, o que amplia a gravidade do caso e reforçou a necessidade de uma apuração mais rigorosa.
A vítima, em escuta especializada, confirmou os abusos e relatou que sua mãe gravou um dos episódios. A partir disso, a DPCA e a Corregedoria representaram pela prisão preventiva do agente e da mãe, além de solicitar medidas de busca e apreensão e a quebra de sigilo telemático. O juiz responsável decretou a prisão preventiva do agente e autorizou as medidas solicitadas, mas negou o pedido de prisão da genitora.
Segundo o delegado, o agente de Polícia é investigado por estupro de vulnerável e a mãe da vítima por omissão, registro e armazenamento de pedopornografia.
No início das investigações, o casal foi ouvido na DPCA e ambos negaram as acusações. Atualmente o agente está afastado de suas funções e é considerado foragido. Desde ontem, equipes policiais realizam diligências para localizá-lo e cumprir o mandado de prisão. Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, foram apreendidos materiais que podem contribuir para as investigações.
“A criança está sob a guarda do pai. A primeira vez que ela relatou sobre os abusos foi para a nossa psicóloga. Ele intimidava a criança, dizendo que se ela o denunciasse, tanto ele, quanto a mãe dela, seriam presos. Realizamos os encaminhamentos dela para a maternidade, para o Conselho Tutelar e atendimento psicossocial”, detalhou o delegado.
Ainda segundo o delegado Matheus Rezende, independentemente do investigado ser policial civil, a Polícia Civil de Roraima mantém seu compromisso inabalável de combater qualquer tipo de crime, especialmente os de abuso contra crianças e adolescentes.
“A Polícia Civil vai investigar e responsabilizar todos os envolvidos, sem qualquer distinção. Nós vamos cortar na carne, porque o nosso dever é garantir justiça e proteção às vítimas. Toda a ação da DPCA teve o acompanhamento da Corregedoria-Geral de Polícia”, declarou o delegado.
O corregedor-geral em exercício, Glauber Carneiro Lorenzini, adotou providências no âmbito administrativo disciplinar contra o policial, com a instauração de um PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar).