Agentes da PCRR (Polícia Civil de Roraima) deflagraram uma operação nas primeiras horas desta quarta-feira, 1º, em uma vila de apartamentos localizada no bairro Buritis, zona Oeste da Capital.
A ação policial foi coordenada pela Delegada Titular do 3º DP (Distrito Policial), Simone Arruda, e teve por objetivo dar apoio ao cumprimento de uma decisão judicial de desocupação do imóvel.
A ação contou com a participação de agentes do 3º DP, da DRCASP (Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração e Serviços Públicos), policiais do GRI (Grupo de Resposta Imediata), GRT (Grupo de Resposta Tática) e da Polícia Militar.
De acordo com a delegada, Simone Arruda, em 2018 a proprietária do terreno, que possui vários apartamentos, relatou que o imóvel foi invadido. Segundo ela, um dos moradores se apropriou de forma indevida do local, e passou a cobrar aluguel de migrantes para morarem nos apartamentos. A dona da vila, uma senhora de 85 anos, registrou um Boletim de Ocorrência, relatando o caso e acionou o Justiça para reaver o imóvel.
Ainda segundo Simone Arruda, já havia uma investigação em andamento relacionada a ocupação irregular do imóvel, que já foi alvo antes de operações policiais, com prisões por tráfico de drogas. Além disso, havia suspeitas de que no local funcionava um desmanche de bicicletas furtadas.
“Inclusive alguns vizinhos chegaram a desocupar suas casas temendo a violência registrada no local, que constantemente era alvo de troca de tiros, provavelmente causadas por brigas entre membros de facção. A família da idosa relatou que todas as vezes que algum parente ia até o local para pedir a desocupação ou mesmo verificar as condições do imóvel eram ameaçados”, detalhou a delegada.
Nesta operação a Polícia Civil, segundo Simone Arruda, teve participação em apoio ao Judiciário, para o cumprimento dos mandados de desocupação, de forma imediata.
“Solicitamos o apoio das empresas Roraima Energia e CAER (Companhia de Águas e Esgoto de Roraima) e da DRCASP, por ter sido constatado, durante as diligências, que haviam práticas de crimes de furto de energia, água e internet clandestina, pois não haviam hidrômetros e medidores de energia na vila”, destacou Simone Arruda.
A delegada informou também que foi solicitado apoio de um abrigo para que os migrantes que estavam na vila e não tivessem local para irem, pudessem ser transferidos.
A Polícia Militar por meio do CPC (Comando de Policiamento da Capital) sob coordenação do Sargento Jociel dos Reis Santos, foi acionada, e disponibilizou dois ônibus, para realizar o transporte das famílias para serem alocadas em locais com condições favoráveis de moradia. Porém a maioria das famílias preferiram, por meios próprios seguirem para casa de conhecidos e familiares.
“Durante a operação não encontramos nenhum objeto ilícito, a perícia foi acionada e após a conclusão dos laudos, que serão analisados, é que poderemos avaliar se serão realizadas possíveis prisões. Quatro pessoas foram conduzidas até a delegacia para prestar esclarecimentos”, enfatizou Simone Arruda.
Crimes e furtos
A delegada titular do DRCASP, Magnólia Soares, que também participou da operação destacou que a Delegacia Especializada tem dado suporte ao trabalho do 3º DP, bem como ao judiciário.
“Além dos crimes de furto de água, energia e internet, as condições de moradia são completamente insalubres. Por isso, acionamos os órgãos responsáveis, para retirarmos as pessoas do local, em cumprimento a ordem judicial, para que elas fossem alocadas de forma digna”, esclareceu Magnólia Soares.
Ainda segundo ela, as pessoas retiradas do imóvel são todas migrantes venezuelanas que ocuparam a vila, e algumas estavam incorrendo na prática de crimes, que estão sendo apurados no 3º DP.
“A DRCAP veio para dar o apoio, no que tange aos crimes de furto de água e energia. A gente fez toda a retirada das ilegalidades encontradas. Este tipo de ação vai estar sempre acontecendo, e ao longo deste ano vamos priorizar essas determinações judiciais. Muitas famílias estão sendo retiradas de suas residências, em grande parte por migrantes que ocupam os locais de forma indevida e incorrem na prática de crimes. O trabalho da polícia é coibir crimes, mas de forma humanizada, também alocar essas pessoas em locais adequados”, disse.
Para Magnólia Soares o resultado da operação foi dentro do esperado e contou com o apoio de várias entidades, para que, assim, a Polícia Civil realizasse seu trabalho, auxiliando a justiça na desocupação do imóvel em sua íntegra, bem como levar as pessoas para locais adequados, eis que o local não possui condições de moradia.