Povos Originários: importância do Insikiran para manutenção das tradições é retratada em matéria da TV Assembleia

Especial vai ao ar nesta sexta-feira, 19, data em que é celebrado o Dia dos Povos Indígenas. – Fotos: Alfredo Maia | SupCom/ALE-RR

A história do Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena, que há quase 23 anos gradua professores para lecionarem dentro de suas comunidades, será contada em uma matéria especial produzida pela TV Assembleia (canal 57,3). O compilado pode ser conferido nesta sexta-feira, 19, data em que é celebrado o Dia dos Povos Indígenas, a partir das 18h, no jornal Assembleia Informa.

Jornalista Willians Dias

O processo de produção e gravação durou cerca de uma semana. Conforme o jornalista Willians Dias, a ideia é mostrar os resultados do instituto junto aos povos indígenas, além de como se deu a sua criação, até chegar aos dias atuais.

“Queremos mostrar os impactos positivos e como isso tem auxiliado na formação superior indígena e de que forma esse resultado chega, não só para essas pessoas, mas também para a população roraimense como um todo”, salientou Dias.

A equipe foi até à comunidade indígena Canauanim, no município de Cantá, localizada a quase 30 quilômetros de Boa Vista, onde conversou com professores que participaram das articulações para que a organização saísse do papel, acadêmicos em fase de formação e alunos egressos que hoje em dia atuam na profissão que escolheram.

Alunos da Escola Estadual Indígena Tuxaua Luiz Cadete

“Lá existem professores que lecionam na Escola Estadual Indígena Tuxaua Luiz Cadete, formados pelo Insikiran e que agora transmitem aos alunos os ensinamentos que foram repassados a eles na universidade, que vai desde o ensino formal e técnico até a valorização da cultura, hábitos e tradições dos povos originários, como conhecimentos sobre arco e flecha, biojoias, entre outros. São costumes que tentam não se perder nesse contexto todo de influência não indígena dentro desses locais”, detalhou.

Para a diretora da TV e Rádio Assembleia, Camila Dall’Agnol, o instituto presta um serviço fundamental para a educação indígena e para garantir que esses alunos permaneçam o mais tempo possível nas comunidades e que só migrem para os centros urbanos para se capacitar em alguma coisa que não exista na comunidade.

Diretora da TV e Rádio Assembleia, Camila Dall’Agnol

“A gente viu a importância do Insikiran em mostrar como funciona o ciclo de formação do professor dentro da universidade, na comunidade e assim por diante, lembrando que Roraima é o único Estado que possui um instituto numa universidade federal voltado unicamente para a formação de professores indígenas e o único que tem um plano de cargos, carreiras e remuneração (PCCR) de forma separada da educação tradicional. O telespectador verá como essas políticas públicas têm sido benéficas para a educação dos povos indígenas”, ressaltou.

A reportagem completa vai ao ar dia 22 deste mês, também no Assembleia Informa, com transmissão ao vivo e simultânea no YouTube.

Ficha técnica:

Reportagem: Willians Dias

Produção: Priscila Araújo

Imagens: Claudinei Sampaio e Emackson Sarmento

Apoio técnico e drone: Ralyson Ramires

Edição de imagens: Marcelo Fernandes

Revisão: Camila Dall’Agnol e Johann Barbosa

Edição de texto: Camila Dall’Agnol

Diretora de TV e Rádio assembleia: Camila Dall’Agnol

Superintendente de Comunicação: Sônia Lúcia Nunes

Equipe entrevista um dos professores formado no Insikiran e que leciona em uma comunidade indígena

Documentários

A emissora do parlamento, sob o comando da Superintendência de Comunicação, já produziu outras obras do gênero, como a “Kauwê: Empreendedorismo e Desenvolvimento Sustentável em Terra Indígena” e a “Raposa Serra do Sol: Cultura e História”.

A primeira narra os atrativos da comunidade, como a produção própria de café, alimentos e o potencial turístico local. A outra aborda a cultura na região, que fica à noroeste do Estado, no município de Normandia, distante 180 quilômetros da capital.

Os curtas de 2022 e 2023 detalham as belezas naturais locais e outros aspectos, como o econômico, artesanato, culinária, turismo, entre outros, e estão disponíveis no canal da Assembleia Legislativa no YouTube (Assembleiarr).

Legislação

Lei nº 279/2000 – dispõe sobre a criação da Secretaria de Estado do Índio, de autoria do Poder Executivo;

Lei nº 864/2012 – dispõe sobre o Programa Estadual de Incentivo à Produção em Comunidades Indígenas, de autoria dos ex-deputados Chico Guerra e Jalser Renier;

Lei nº 942/2013 – institui o Programa de Incentivo e Apoio à Produção Agrícola Familiar e Indígena no Estado de Roraima, de autoria do Poder Executivo;

Lei nº 1180/2017 – institui o Dia Estadual do Professor Indígena, de autoria da ex-deputada Lenir Rodrigues;

Lei nº 1591/2021 – dispõe sobre a criação do Selo de Qualidade Artesanal Indígena para atestar e incentivar o consumo de produtos indígenas produzidos em Roraima, de autoria da ex-deputada Yonny Pedroso;

Lei nº 1594/2021 – dispõe sobre a instituição de Programa de Certificação do Artesanato Indígena no Estado, de autoria da ex-deputada Yonny Pedroso;

Lei nº 1848/2023 – cria o Plano Estadual de Desenvolvimento Florestal para Agricultura Familiar e Agricultura Familiar Indígena de Roraima – PANDEFLORR – e o Fundo Estadual de Desenvolvimento Florestal para Agricultura Familiar e Agricultura Familiar Indígena no Estado de Roraima – FUNDEFLORR -, de autoria do Poder Executivo;

Lei nº 1860/2023 – concede isenção da taxa de expedição da segunda via da carteira de identidade aos integrantes de comunidades ribeirinhas e indígenas de Roraima, acrescenta o Art. 132-C à Lei nº 59, de 28 de dezembro de 1993, que dispõe sobre o sistema tributário estadual e dá outras providências, de autoria do deputado Marcos Jorge (Republicanos);

Lei nº 1860/2023 – institui a Semana da Mulher Indígena no âmbito do Estado de Roraima, de autoria do deputado Dr. Meton (MDB).

A data

Os povos indígenas têm seu dia comemorado anualmente em 19 de abril desde 1943. Além de mostrar a diversidade cultural que o Brasil possui, a data também celebra a luta pela defesa e conquistas de seus direitos, como o da demarcação de terras e combate ao preconceito.

Durante décadas, a data foi intitulada como “Dia do Índio”, o que, por muito tempo, desagradou a comunidade indígena, que via a palavra índio como um termo pejorativo e preconceituoso. Em 2022, após a aprovação pelo Congresso Nacional do Projeto de Lei (PL) nº 5.466/2019 e sanção do então presidente Bolsonaro, a nomenclatura foi alterada para Dia dos Povos Indígenas.

Suzanne Oliveira

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