Prefeitura alerta para os cuidados com a proliferação do Aedes aegypti no período de estiagem

Normalmente, o ciclo de vida da larva dura até sete dias, mas no verão esse período sofre redução. – Fotos: Semuc/PMBV

Mesmo com a forte estiagem, período prolongado de baixo volume das águas e temperaturas elevadas, o combate ao Aedes aegypti deve continuar para evitar o aumento de casos das arboviroses: dengue, zika e chikungunya. Devido às altas temperaturas, a eclosão dos ovos, uma das fases de reprodução do mosquito, ocorre entre 10 e 15 minutos, resultando no surgimento de novos vetores.

Durante o inverno, o ciclo de vida da larva dura, em média, sete dias. No entanto, esse período reduz no verão. De acordo com o especialista em entomologia da Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses, Samuel Garça, Boa Vista está com baixo risco para proliferação do mosquito, no entanto, os cuidados de combate ao Aedes devem seguir para evitar o surgimento de novos mosquitos na capital.

“Sem contato com a água, o ovo depositado pelo mosquito pode durar até 400 dias inativos. Logo, é um grande período em que a população tem para cuidar de recipientes que possam acumular água parada, como pingadeiras de ar-condicionado. A partir do momento que esse ovo entra em contato com pelos menos uma gota d’água, inicia o processo de eclosão, surgindo novos mosquitos”, disse.

Reforço com novos profissionais

Entre os recentes investimentos da gestão municipal para manter o controle de casos de dengue, zika e chikungunya na cidade, a Prefeitura de Boa Vista contratou 30 novos Agentes de Combate as Endemias (ACE), no último mês. Com o reforço, a capital conta com 163 técnicos no quadro de profissionais. Os novos agentes reforçam e fortalecem as ações de campo no município.

Responsabilidade de todos

Todos os dias, agentes de endemias vão às ruas de Boa Vista para contribuir com o controle do vetor, transmissor da dengue, zika e chikungunya. A supervisora geral de campo da Vigilância em Saúde, Regina Kátia, a população, além de cuidar do quintal, pode contribuir com um trabalho dos agentes, profissionais indispensáveis na luta contra o Aedes aegypti.

“Nosso trabalho é preventivo. Todos os dias estamos nas ruas, batendo de porta em porta, seja inverno ou verão. A população pode ajudar com nosso trabalho, recebendo nossas equipes de agentes de endemias nas residências, além de ouvir e adotar as orientações repassadas. Todos os profissionais são preparados para identificar e acabar com criadouros”, relatou.

O Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) aponta que o lixo doméstico é o principal foco do mosquito. Profissionais da Vigilância em Saúde de Boa Vista encontram criadouros em frascos, bebedouros de animais, caixa d’água, vasos, garrafas e latas. O taxista José Soares afirma que segue atento aos cuidados de combate ao mosquito, dentro e fora de casa.

“Sempre que os agentes de endemias passam aqui na minha casa, eu abro o portão para eles entrarem e fico atento as orientações que eles têm para mim. Estou sempre cuidando do quintal, procuro limpar tudo toda semana. Confiro os vasos de plantas, o comedouro dos cachorros e o lixo que produzimos para não ficar mosquito dentro do meu quintal”, contou.

LIRAa Boa Vista

No início deste mês, a Prefeitura de Boa Vista divulgou o resultado do primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de 2024 que apontou a cidade com baixo risco para transmissão de dengue, zika e chikungunya. Com índice satisfatório, o município registrou 0,8% de infestação predial para o mosquito. Os profissionais da vigilância pesquisaram 8.559 imóveis na cidade.

Jaqueline Pontes

 

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