
Durante audiência realizada nesta segunda-feira, 31), o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Grilagem de Terras, deputado Jorge Everton (União Brasil), solicitou à Procuradoria da Assembleia Legislativa de Roraima, que analise a viabilidade jurídica de um projeto de decreto legislativo para afastar a presidente do Instituto de Terras de Roraima (Iteraima), Dilma Costa, enquanto durarem as investigações da comissão.
Segundo o parlamentar, a presidente tem atuado para obstruir os trabalhos da CPI, especialmente ao interferir diretamente em processos ligados ao filho do governador Antonio Denarium.
“A presidente Dilma está interferindo diretamente na investigação a partir do momento que ela entra pessoalmente nos processos do filho do governador Antônio Denarium e tenta alterar decisões que já foram proferidas”, afirmou Jorge Everton.
A sessão desta segunda-feira foi marcada pela oitiva dos diretores do Iteraima como testemunhas, mas terminou com a mudança da condição de Dilma Costa e de João Silva, diretor de Governança Fundiária, de testemunhas para investigados.
“A presidente Dilma, inicialmente, era tratada como testemunha, mas em virtude da comprovação de atos reiterados, de ações que levam a crer que ela faz parte dessa organização criminosa, nós convertemos ela de testemunha para indiciada”, declarou o presidente da CPI.
De acordo com Jorge Everton, há indícios de que a presidente do Iteraima tem tentado ocultar irregularidades após o início das investigações da comissão, o que, segundo ele, reforça a necessidade de seu afastamento. “Ela tem contribuído, sim, para que a organização criminosa pratique seus atos ilegais. Além de negar documentos e informações a essa CPI.”
Por conta dessa negativa de acesso a documentos, a CPI estipulou prazo até esta terça-feira (1º), para que o Iteraima envie a documentação solicitada pela comissão. Caso o material não seja entregue dentro do prazo, a comissão poderá autorizar uma operação de busca e apreensão no órgão. “A CPI tem o poder de fazer uma busca e apreensão dessa documentação e desses dados no órgão. E assim o faremos”, alertou Jorge Everton.
As investigações seguem com novas oitivas agendadas para o dia 14 de abril.