A Sesau (Secretaria de Saúde), por meio da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, está realizando um seminário voltado a profissionais de saúde no fortalecimento das ações de controle da tuberculose em Roraima.
O tema principal do evento é “Tuberculose: um Desafio Constante”, e se estende até sexta-feira, 12, no auditório do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da UFRR (Universidade Federal de Roraima), no Campus Paricarana, bairro Aeroporto.
Dentre os pontos debatidos no seminário estão a necessidade de monitorar grupos em situação de vulnerabilidade, como pessoas em situação de rua, indígenas e população migrante; os reflexos do abandono ao tratamento realizado nos postos de saúde.
“O tratamento da tuberculose costuma ter uma duração de aproximadamente seis meses, e isso dificulta a adesão dos pacientes à terapia da doença. O seminário vem para abordar o que o Estado e os municípios estão fazendo para melhorar essa adesão, se as estratégias estão funcionando e o que nós podemos mudar”, explicou a coordenadora da CGVS, Valdirene Oliveira.
Além dos profissionais da atenção básica dos 15 municípios, a ação conta ainda com a participação de representantes do Ministério da Saúde, da Operação Acolhida, da Promotoria de Saúde do Ministério Público Estadual, da Sejuc (Secretaria da Justiça e Cidadania) e da Superintendência de Assistência Social de Boa Vista.
A enfermeira Ulhiana Batista atua em posto de saúde da capital, que concentra a maior parte da população migrante do Estado. Ela relatou que atualmente a unidade atende uma grande demanda de pacientes com sintomas de tuberculose.
“Nossa unidade está próxima dos abrigos e da população de rua. Acho importante compartilhar as nossas experiências e vivências sobre esse grande número de casos de tuberculose e como estamos lidando com essa situação na nossa unidade”, destacou.
Panorama da doença
A tuberculose continua sendo mundialmente um importante problema de saúde, exigindo o desenvolvimento de estratégias para o seu controle, considerando aspectos humanitários, econômicos e de saúde pública.
Em 2023, Roraima notificou 522 novos casos, além 28 óbitos pela doença, o que representa uma taxa de mortalidade 4,4 casos a cada 100 mil habitantes, número maior que a média nacional, que é de 2,7 casos/100 mil habitantes.
“Atualmente, Roraima se encontra em primeiro lugar na incidência por tuberculose no Brasil. É um dado do boletim epidemiológico que foi lançado agora em março do Ministério da Saúde, isso nos preocupa. Nós viemos nos mobilizando, principalmente para lançar estratégias de como vamos diminuir essa incidência da tuberculose no estado”, ressaltou a gerente do Núcleo de Controle da Tuberculose, Ângela Maria Félix.
Os dados apontaram ainda que os grupos mais vulneráveis são pessoas privadas de liberdade, migrantes e a população indígena.
Em 2024, entre janeiro e março, o Estado contabilizou 104 notificações de casos da doença.
Confira a programação desta sexta-feira, dia 12:
8h30 – Atualização no diagnóstico da tuberculose e exames disponíveis na rede de saúde do Estado
8h50 Situação da tuberculose em Boa Vista – Avanços e desafios
9h10 – Mesa redonda: Estratégias e desafios no diagnóstico e no tratamento da tuberculose na população de rua
9h40 – Mesa redonda: Tuberculose e imigração
10h30 – Intervalo
10h40 – Desnutrição nas pessoas com tuberculose: uma realidade brasileira e as peculiaridades regionais
11h – Mesa redonda: Como resolver ou minimizar o binômio desnutrição-tuberculose
12h – Almoço
14h – Mesa redonda: Institucionalização do dependente químico – Quando e como fazer? Ponto de vista legal e como funciona a rede de apoio
15h – Avanços e desafios nas ações de controle da tuberculose em Roraima
16h – Recomendações e fluxos da TB e ILTB
16h30 – Encerramento
Suyanne Sá