Reurb: jovens treinados pela ALE-RR usam tecnologia para mapear imóveis no município de Normandia

Estudantes vão coletar dados para o maior programa de regularização fundiária de Roraima. – Fotos: Marley Lima | SupCom/ALE-RR

A primeira etapa do maior programa de Regularização Fundiária Urbana (Reurb), promovida pela Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), começou nesta segunda-feira, 17, no município de Normandia, com o treinamento dos entrevistadores responsáveis pelo cadastramento imobiliário. Antes da solenidade de lançamento, os jovens selecionados participaram de uma capacitação na Câmara Municipal, onde receberam instruções sobre o uso do aplicativo de coleta de dados e a abordagem aos moradores.

Os entrevistadores são estudantes do ensino médio e acadêmicos, e foram recrutados para auxiliar na identificação e regularização das propriedades no município. Por meio do aplicativo de celular, eles vão percorrer todos os imóveis no perímetro urbano do município para entrevistar os moradores, a fim de traçar um perfil da população.

Sofia Gomes vai participar da fase de cadastro imobiliário como entrevistadora.

Uma das colaboradoras neste processo é a acadêmica de enfermagem Sofia Gomes, que além de considerar o programa uma renda para a própria família, destacou a relevância dele para a regularização fundiária do município.

“Esse programa é essencial porque muitos terrenos não estão devidamente demarcados, o que gera disputas. Minha tia, por exemplo, passou por isso, quando alguém cercou uma área que não era dela e houve um conflito. Com essa regularização, cada um terá seu terreno definido, evitando brigas e trazendo mais segurança para todos”, revelou Sofia.

Felipe Silva é estudante do ensino médio.

O estudante de ensino médio Felipe Silva, de 19 anos, também está animado com a possibilidade de contribuir para o desenvolvimento de Normandia por meio do Reurb. “Isso vai trazer muitos benefícios para mim e para outras famílias. Ter um terreno legalizado é um grande começo, garantindo nossa própria casa. E eu estou gostando muito do trabalho, tem sido uma experiência muito boa para mim”, disse.

Segundo Bruno Castro, presidente do Instituto Amazônia Ambiental, empresa contratada pela ALE-RR para desenvolver o Reurb no Estado, essa fase do cadastro é relevante para obter informações sobre o desenvolvimento do município.

“Além de garantir o título definitivo dos imóveis, fazemos um cadastro imobiliário, levantando informações como tempo de moradia, número de moradores, situação escolar das crianças e possíveis vulnerabilidades. Esses dados ajudam a prefeitura a direcionar melhor os recursos, pois identificam as necessidades da população de forma precisa.”

Bruno Castro é presidente do Instituto Amazônia Legal.

Treinamento prático

Pela tarde, o treinamento seguiu com a parte prática, em que os entrevistadores foram a campo. O trabalho foi feito por meio da escolha de uma quadra do município, com o intuito de verificar possíveis dificuldades no trabalho de cadastro imobiliário.

Com uniformes específicos, a exemplo da camisa azul com a logomarca da ALE-RR, boné identificado e crachá, os entrevistadores puderam vivenciar diversas rotinas do trabalho. “Agora estou pronto para atuar no Reurb”, disse Felipe Silva, um dos estudantes treinados.

Joaquim Ruiz é coordenador do Reurb da ALE-RR.

O Reurb e a Casa Legislativa

Conforme explicou o coordenador do Reurb na ALE-RR, Joaquim Ruiz, o programa nasceu na Casa Legislativa a partir de uma solicitação, por parte dos gestores municipais de Roraima, para auxílio do Poder Legislativo na regularização de imóveis urbanos.

“Há dois anos, os prefeitos pediram ao presidente da Assembleia que o Centro de Apoio aos Municípios [CAM] ajudasse na regularização fundiária das cidades do interior. Sensível à causa, ele abraçou o projeto, transformando sonhos em realidade. Agora, estamos concretizando esse sonho para centenas de famílias em Roraima, buscando garantir o título definitivo de seus imóveis.”

Além disso, Ruiz também enfatizou a contratação local para realização da fase de cadastro imobiliário, bem como a necessidade da população saber que o processo de regularização é realizado a médio prazo.

“Nossos entrevistadores são jovens da própria comunidade, ninguém veio de fora. Eles foram preparados para explicar que esse é o início de um processo transformador para cada família. É importante recebê-los bem, mas ter em mente que a regularização só será concluída em cerca de 12 a 13 meses”, afirmou o coordenador.

Anderson Caldas

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