Saúde feminina: Sesau alerta sobre o diagnóstico de endometriose

Diagnóstico pode levar até uma década para ser identificado corretamente, e isso se deve, muitas vezes, à normatização dos sintomas. – Fotos: Ascom | Sesau

Março é um mês de celebração para as mulheres e reforça a necessidade de cuidados com a saúde feminina. A endometriose é uma das doenças que mais afeta o público feminino, atingindo uma a cada 10 mulheres.

Segundo a ginecologista Vanessa Gama Cavalcante, especialista no tratamento da endometriose no Centro de Referência em Saúde da Mulher Maria Luiza Castro Perin, o diagnóstico pode levar até uma década para ser identificado corretamente, e isso se deve, muitas vezes, à normatização dos sintomas.

“A cólica, dor na hora da relação, aumento do volume do sangramento, muitas pessoas acham que isso é normal. Tanto pacientes quanto médicos normatizam isso, não investigam, e a mulher passa muito tempo sem o diagnóstico correto. Inclusive, pode ser assintomática; a pessoa pode ter endometriose e não apresentar nenhum sintoma”, afirmou a especialista.

Outros sintomas variam e podem incluir dores intensas, alterações intestinais no período menstrual e infertilidade. O diagnóstico pode ser feito por exames de imagem, como ultrassonografia transvaginal e ressonância magnética.

O tratamento é realizado clinicamente, envolvendo mudanças no estilo de vida, como boa alimentação e atividade física, além do uso de medicações hormonais e suplementos para reduzir a inflamação. A cirurgia é indicada apenas em casos específicos.

“A grande maioria das mulheres consegue tratar clinicamente sem precisar de cirurgia. Na verdade, tentamos até evitar, porque pode acontecer de a paciente precisar de mais de uma cirurgia ao longo da vida”, explica a especialista.

A endometriose é uma doença que se desenvolve fora do útero, afetando outros órgãos da região pélvica e causando inflamações. Por isso, é importante destacar que, em casos de cirurgia, não se retira o útero, pois essa não é uma solução definitiva para a condição, já que os focos da doença podem continuar ativos em outras áreas. A cirurgia, quando necessária, tem o objetivo de remover as lesões.

“Essa cirurgia é para retirar os focos visíveis que estão crescendo fora do útero, mas não é sempre que a paciente precisa, e, na verdade, são casos específicos, uma minoria dos casos”, esclarece a médica.

Fluxo de atendimento

A ginecologista Vanessa reforça a importância de que as mulheres que suspeitam da doença busquem orientação médica e garantam um diagnóstico precoce, essencial para a qualidade de vida e o bem-estar.

“As pacientes que têm queixas de cólicas, que atrapalham sua vida, não devem acreditar que aquilo é normal na vida delas, então têm que procurar ajuda”, alertou.

A primeira etapa é buscar atendimento em uma UBS (Unidade Básica de Saúde), onde a investigação pode ser iniciada e, se necessário, a paciente será encaminhada para um especialista.

“O médico do posto de saúde é habilitado a iniciar essa investigação, e, ao realizar o diagnóstico, pode encaminhar para um ginecologista fazer esse acompanhamento. O ginecologista pode ser do próprio município ou aqui no Centro de Referência, no ambulatório de ginecologia, onde também fazemos esse acompanhamento clínico da endometriose”, acrescentou.

O Centro de Referência de Saúde da Mulher Maria Luiza Castro Perin fica situado na Avenida Capitão Júlio Bezerra, 1632, bairro Aparecida. Para informações sobre consultas ambulatoriais, estão disponíveis os telefones (95) 98416-6166 e (95) 98410-2664.

Suyanne Sá

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