As migrantes são as mais sujeitas à violência doméstica devido à situação de vulnerabilidade social que vivem. Nesta terça-feira, 20, uma palestra voltada para elas, realizada pela Secretaria Especial da Mulher (SEM) da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) em parceria com a Cáritas Brasileira, abordou os direitos civis e orientou acerca das redes de apoio disponíveis no Estado.
Venezuelanas de todas as idades participaram do momento, que se iniciou na sede da Cáritas, no bairro 13 de Setembro, ao lado da Rodoviária Internacional de Boa Vista, em alusão à campanha Agosto Lilás, mês voltado para ações de combate ao crime. A programação segue à tarde na Igreja Nossa Senhora da Consolata.
Conforme a assistente social Catarina Simões, a secretaria entende a realidade e a trajetória dessas mulheres que precisaram sair do país de origem em busca de uma vida melhor e, por isso, busca oferecer apoio e assistência também para este público.
“Estamos nessa parceria justamente para dar esse alerta, fazer esses esclarecimentos sobre violência doméstica e familiar e, também, ajudar essas pessoas que estão em vulnerabilidade. Quanto mais rede de apoio tiver, independentemente da nacionalidade, mais a mulher tem garantia de direitos”, disse.
A Cáritas Brasileira, parceira na ação, é uma organização humanitária que atua em prol da promoção e defesa de toda forma de vida e no atendimento a comunidades afetadas por desastres socioambientais ou que estão em situação de vulnerabilidade.
A assessora de Proteção da Cáritas, Emanuelly Moraes, destacou que abordar a temática neste momento é muito significativo, principalmente no contexto migratório, pois muitas mulheres chegam ao país sem ter o conhecimento das leis de proteção do Brasil.
“O objetivo é apresentar as informações que essas mulheres necessitam e dar espaço de fala para elas. É um trabalho orientativo que aborda os tipos de violência e como buscar ajuda”, informou.
Melhoria de vida
Yaismarys Montesuma, migrante da Venezuela que recebe atendimento da Cáritas em Roraima, foi uma das ouvintes das palestras e destacou a importância desse tipo de discussão. “É importante que nós saibamos dos nossos direitos, porque, se não os conhecermos, teremos dificuldade para enfrentar diversas situações que possam aparecer”.
Yaismarys ressaltou que muitas mulheres estrangeiras são vítimas de violência, não apenas dos próprios companheiros.
“Há pessoas ao nosso redor que são agressivas com gestos e palavras, então é fundamental saber se defender nesses casos. Somos frágeis e precisamos ter conhecimento para nos proteger”, concluiu.