Dia do Comerciante: atuação do Procon Assembleia no comércio local ajuda a conscientizar trabalhadores e promover crescimento responsável do setor

Data é celebrada nesta terça-feira, 16, em todo país. Em Roraima, órgão da ALE-RR promove palestras, faz visitas e dá instruções para auxiliar comerciantes. – Fotos: Alfredo Maia / Eduardo Andrade | SupCom/ALE-RR

Nesta terça-feira, 16, é celebrado em todo o país o Dia do Comerciante. No Estado, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), por meio do Procon, promove o crescimento responsável do setor e a conscientização de colaboradores, empresários e comerciantes, com ações como visitas, panfletagem e palestras.

A ideia de promover tais iniciativas surge da necessidade de manter o comerciante sempre atento aos seus direitos e deveres e, também, aos de seus clientes, a fim de evitar problemas.

Diretor do Procon Assembleia, Aldo Carvalho

Segundo o diretor do Procon Assembleia, Aldo Carvalho, as ações servem, ainda, para mediar conflitos. O objetivo é que o comerciante esteja preparado para evitar ou saber solucionar possíveis problemas para que, assim, não prejudique seu negócio nem os consumidores.

“É muito importante fazermos esse tipo de trabalho, pois o Procon se aproxima cada vez mais desses comerciantes e, em uma eventual reclamação de consumidor, eles já estarão cientes do que é certo e o que é errado”, explicou.

O protocolo é eficiente e tem trazido resultados positivos. Aldo reforçou que comerciantes atendidos pelo Procon Assembleia relataram que as instruções do instituto de defesa têm sido úteis na hora de atender aos clientes.

“Em junho, nós visitamos mais de 200 estabelecimentos comerciais. Estamos procurando ir a esses pontos para conversar com os comerciantes, explicar quais são os seus direitos e deveres dentro dessa relação de consumo”, concluiu.

E, caso os comerciantes tenham interesse em procurar os serviços do Procon Assembleia, podem fazê-lo pelo telefone (95) 98401-9465 ou ir à sede do órgão, na Avenida Ataíde Teive, nº 3510 – bairro Buritis. No link www.al.rr.leg.br/procon também é possível obter informações.

Histórias que emocionam

Ernildo Nunes e Nara Cristina, pai e filha, são comerciantes. Eles têm negócios lado a lado e mostram que a profissão está no sangue da família.

Ernildo Nunes

Comerciante há cerca de 40 anos, Ernildo teve vários trabalhos – incluindo ajudante de pedreiro e descarregador de caminhão –, até se encontrar no empreendedorismo. Com o supermercado, hoje localizado no bairro Bela Vista, ele sustentou a família e arcou com os estudos dos filhos.

A atuação como comerciante lhe rendeu, ainda, uma fábrica de temperos que exporta mais de 40 itens para todo o Estado. Atualmente, são oito pessoas empregadas; já o supermercado, conta com o apoio dos filhos e netos para o atendimento.

“Eu não tenho estudo e sou semianalfabeto. Não tive oportunidade de estudar e precisei trabalhar em muitos lugares. Então não dá para imaginar outra coisa, porque com pouca sabedoria, com pouca inteligência e com pouco dinheiro, não dá para pensar em fazer muita coisa. É tocar essa vida aqui e sobrevivendo. O que eu pude fazer foi educar os filhos, dar uma família, um lar, um transporte e proporcionar conforto”, enfatizou.

Nara Cristina

Uma das filhas de Ernildo que também apostou em ser comerciante é Nara Cristina. Com apoio do pai, ela montou uma loja física de acessórios há cerca de dois anos, mas sua história não começou por aí.

Nara trabalhava como servidora pública quando adicionou uma segunda atividade à rotina ao trabalhar com venda de maquiagens há 15 anos. Depois, trabalhou vendendo roupas e semijoias.

Os produtos ficavam em casa ou no carro, e ela mesma ia até as clientes para vender os itens. Até que chegou um momento em que Nara mal conseguia andar dentro de casa por armazenar tanta coisa, e Ernildo lançou a proposta de ceder um espaço ao lado do comércio dele para a filha abrir a loja de acessórios.

“Eu falava que nunca iria ter loja física, mas eu tive que decidir, pois as vendas já estavam ocupando totalmente o meu tempo até dentro do trabalho como servidora. Após meu pai me oferecer o ponto, meu marido me incentivou dizendo que tenho potencial para gerenciar um negócio físico”, relembrou.

Conforme dados da Fecomercio, há pelo menos 15 mil comerciantes ativos no Estado

Nara deixou o emprego e atualmente se dedica exclusivamente à loja que leva o nome dela. E quem pensa que é fácil, pode estar enganado. A comerciante diz que é um trabalho árduo, mas que tem valido muito a pena desde então.

“Com certeza, todo dia é um novo desafio porque empreender não é fácil. É um grande desafio que eu tenho na minha vida em relação a tudo, como conciliar, principalmente, o trabalho de empreender com o de ser mãe, esposa, dona de casa, porque tem tudo isso também. Mas vale muito a pena ter autonomia para fazer as coisas acontecerem do jeito que você quer, do jeito que você acha que é o correto”, concluiu.

Crescimento do setor em Roraima

A data de nascimento do economista e político José Maria da Silva, considerado o patrono do comércio brasileiro, se tornou tornou referência para criar o Dia do Comerciante, instituído pela Lei nº 2048 de 26 de outubro de 1953, e celebrado anualmente em 16 de julho no país.

Economista Fabio Martinez, da Fecomercio.

Em Roraima há, pelo menos, 15 mil comerciantes ativos, entre pequenos, médios e grandes, conforme dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio).

De acordo com o economista da Fecomércio, Fábio Martinez, cresceu em 10% o número de empresas nos últimos três anos em Roraima, o que mostra a potência do setor no Estado. Em Boa Vista, por exemplo, a maior parte da economia gira em torno do comércio, acima, inclusive, da administração pública.

“O setor é essencial para a nossa economia, isso porque a grande massa de servidores públicos necessita de bens e serviços que somente o comércio local pode suprir. Além disso, gera muitos empregos e acaba fomentando o desenvolvimento do nosso Estado”, afirmou.

Martinez acrescentou que o comércio tem crescido acima da média do PIB de Roraima e a tendência é a de que o setor supere economicamente a administração pública como um todo.

Bruna Cássia
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