Casos confirmados: Sesau alerta sobre aumento da Febre Oropouche em Roraima

Rorainópolis é o município com o maior número de casos, com 229 registros, seguido de Boa Vista, com 24 casos, e São João da Baliza, com 16 casos. – Fotos: Ascom/Sesau

Dados da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, órgão subordinado à Sesau (Secretaria de Saúde do Estado), apontam que Roraima registra 288 casos confirmados de febre oropouche.

Segundo os dados, Rorainópolis é o município com o maior número de casos, com 229 registros, seguido de Boa Vista, com 24 casos, e São João da Baliza, com 16 casos.

Cantá e Mucajaí confirmaram 2 casos cada; enquanto Alto Alegre, Amajarí, Iracema e Normandia registraram 1 caso cada. Os municípios de Caroebe, Pacaraima, São Luiz e Uiramutã não reportaram casos da doença.

“Este ano, o Lacen-RR (Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima) já realizou mais de 1.800 análises de exames de oropouche. Desses, 288 casos foram confirmados, representando uma média de 16% de exames positivos para a doença”, informou o técnico de Controle da Febre Amarela e Dengue, Joel Lima.

Com a elevação dos casos, o Estado encontra-se em alerta contra a doença, com um panorama semelhante ao de outras unidades da federação, e está realizando ações para fortalecer a rede SUS no atendimento aos pacientes.

“Em 2024, desde o início do ano, realizamos treinamentos em manejo clínico de pacientes com arboviroses (Dengue, Chikungunya, Zika, Mayaro e Oropouche). Essa atividade foi destinada a médicos e enfermeiros dos 15 municípios do Estado”, disse Lima.

A doença

A febre oropouche é uma arbovirose transmitida pela picada do mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.

Os sintomas são semelhantes aos da dengue, incluindo febre, forte dor de cabeça, mal-estar, sensação de fadiga, dores musculares e desconfortos intestinais. Entretanto, estima-se que 80% dos pacientes infectados não manifestam qualquer tipo de sintoma.

“Ao sentir os sintomas, recomendamos que a população busque de imediato uma Unidade Básica de Saúde, pois inicialmente não há como diferenciar a doença de outras arboviroses. Esse paciente receberá orientações médicas, fará a notificação do caso e realizará a coleta de material para diagnóstico laboratorial”, destacou o técnico do Núcleo de Controle de Febre Amarela e Dengue.

Joel Lima ressalta que, por ser uma doença bifásica, o paciente infectado pode sentir os sintomas por até sete dias e, após esse período, pode experimentar uma recaída, com novos sintomas até 14 dias após o início das manifestações.

“A grande maioria das pessoas está procurando ajuda médica quando sentem alguma recaída, que é uma sintomatologia mais forte. Isso acaba prejudicando o diagnóstico, pois está ficando fora do período de coleta para o exame, que é feito por meio de RT-PCR, onde o ideal é que a coleta do exame seja realizada do 1º ao 5º dia do início dos sintomas”, completou.

A prevenção da oropouche envolve cuidados básicos, como a limpeza de quintais, uso de telas de proteção em janelas, além de repelentes e vestimentas que cubram partes expostas do corpo.

“A proteção contra a doença é individual, mas a maior preocupação deve ser com as gestantes, pois há relatos de abortos, óbitos de bebês após o nascimento, microcefalia e outras neuropatias que podem ter relação com o oropouche”, concluiu.

Minervaldo Lopes

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