Malária: Sesau realiza treinamento para o uso da tafenoquina no tratamento da doença em Roraima

Roraima ocupando a segunda posição em número de casos, atrás apenas do Amazonas. – Fotos: Ascom | Sesau

Nesta terça-feira, 25, a CGVS (Coordenação Geral de Vigilância em Saúde) iniciou um treinamento voltado para profissionais de saúde que atuam no diagnóstico e tratamento da malária. Os municípios estão recebendo uma atualização sobre a testagem de G6PD (deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase), distúrbio genético hereditário que pode resultar na destruição de glóbulos vermelhos e o algoritmo de tratamento da malária no âmbito municipal.

O treinamento está ocorrendo no auditório da CGVS e segue até quarta-feira, 26.

A malária continua sendo um grande desafio de saúde pública no Brasil, concentrando 99% dos casos nos nove estados da Amazônia Legal, com Roraima ocupando a segunda posição em número de casos, atrás apenas do Amazonas.

Segundo o gerente do Núcleo de Controle da Malária, Gerson Castro, a doença é uma das propostas da OMS (Organização Mundial da Saúde) para eliminação global até 2035.

“Em Caroebe, Rorainópolis, Canta e Caracaraí, quase 100% da malária é do tipo vivax. A tafenoquina é um tratamento mais rápido e já foi testada pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para ser trabalhada pelo SUS”, afirmou.

A atualização dos profissionais ocorre em um momento estratégico, pois a partir de abril, a medicação tafenoquina será disponibilizada para os 15 municípios de Roraima.

“Roraima será o primeiro Estado do Brasil a implementar a tafenoquina em todo o seu território. Atualmente já fizemos essa implementação em 32 municípios e sete Distritos Sanitários Especiais Indígenas, mas essa é a primeira vez que levamos a medicação para um estado inteiro”, destacou o coordenador Nacional de Eliminação da Malária, Alexander Vargas.

A medicação

A tafenoquina é considerada um avanço no tratamento da malária vivax, reduzindo o tempo de tratamento e aumentando a adesão dos pacientes.

“Antes, o tratamento durava sete dias. Agora, com a tafenoquina, é feito em dose única, junto com três dias de cloroquina, o que melhora a adesão e evita recaídas”, destacou Vargas.

Outro ponto essencial abordado na capacitação é a testagem para G6PD, um exame fundamental para garantir a segurança do uso da tafenoquina.

“O teste de G6PD é essencial porque algumas pessoas possuem uma deficiência dessa enzima e, nesses casos, o uso da tafenoquina pode causar complicações. Esse exame protege o paciente e garante um tratamento seguro”, explicou Vargas.

No Brasil

A malária é uma é uma doença infecciosa febril aguda, causada pelo protozoário do gênero Plasmodium e transmitida pela fêmea do mosquito do gênero Anopheles darlingi.

No Brasil, 99% dos casos de malária estão localizados nos nove Estados da Amazônia Legal. Roraima é o segundo em maior número de casos depois do Amazonas.

Em 2024 foram registrados no Brasil 141.301 casos de malária. Destes, 80% são do Plasmodium vivax. Nesse sentido, o Ministério da Saúde, por meio da Anvisa, incorporou em 2019 a medicação tafenoquina como cura radical para Malária do vivax em dose única.

Em 2023, primeiramente foi realizada a implantação para o Dsei-Y (Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami) em função da emergência na saúde do povo yanomami, e depois para o Dsei Leste.

Suyanne Sá

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