21 Dias de Ativismo: emoção e ativismo feminino pelo fim da violência contra mulher marcam podcast da ALERR

Participaram representantes de programas da ALERR e da Segurança Pública do Estado de Roraima, além do Ministério Público Estadual. – Fotos: Alexsandro Carvalho | SupCom/ALERR

Representantes de instituições ligadas à segurança pública, proteção e acolhimento às vítimas de violência de gênero participaram, nesta sexta-feira, 5, do podcast “21 Dias de Ativismo – Histórias, Proteção e Direitos”, promovido pela Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), por intermédio da Superintendência de Comunicação e o Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (PDDHC).

Nele, as participantes debateram sobre a necessidade pela ampliação do debate sobre o fim da violência contra mulher, racismo, misoginia, entre outros crimes contra os direitos humanos, bem como reforçar a importância dos canais de denúncias.

A diretora da TV e Rádio Assembleia, Camila Dall’Agnol, foi a mediadora do bate-papo.

A diretora da TV e Rádio Assembleia, Camila Dall’Agnol, foi a mediadora do bate-papo que iniciou com o depoimento da jornalista Adriana Araújo sobre recentes casos de crimes contra as mulheres, envolvendo, principalmente, ex-parceiros das vítimas. O conteúdo foi ao ar no Jornal da Band, na edição do dia 3 de dezembro.

“Os casos mencionados pela Adriana foram o da Tainara Souza Santos, que teve as pernas amputadas depois de ser atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro, e o da Evelyn de Souza Saraiva, atingida por cinco tiros dados pelo ex-namorado, enquanto trabalhava. Esses casos são muito fortes e revoltantes, e nos causam a sensação de que pouco ou nada avançamos nessa temática sobre conscientização e educação acerca do assunto”, lamentou Camila.

Delegada Carla Paulain, titular da Deam.

A delegada Carla Paulain, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), apontou para o fato desses casos brutais terem acontecido na semana da campanha, iniciada em 20 de novembro, com encerramento para o próximo dia 10 de dezembro.

“Você falou uma coisa muito importante, Camila, que foi o fato de que esses dados alarmantes, como o da moça que teve as pernas amputadas, ocorreram, justamente, no período dos 21 dias de ativismo. Isso demonstra que o homem ainda não entendeu a dimensão das leis e das políticas públicas, e, aí, entra o viés que a dra. Lucimara nos apresentou, que é o problema de raiz. Para você fazer nascer ou florir outro tipo de flor é difícil”, ponderou.

Diretora do PDDHC, Socorro Santos.

Ativista dos direitos humanos há mais de 30 anos, a diretora do PDDHC/ALERR, Socorro Santos, acompanha casos de tráfico de pessoas para os mais diversos fins, seja para exploração sexual, trabalho análogo a escravidão ou comércio de órgãos. Para ela, é uma luta árdua principalmente diante dos aumentos dos crimes.

“A ALERR, apesar de não ser sua principal função, foi o primeiro órgão a implantar um programa nesse sentido, no caso, o CHAME [Centro Humanitário de Apoio à Mulher]. Somos uma espécie de guardiões ao trabalharmos com essas políticas, onde muitas vezes o Estado é ausente”, ressaltou.

O CHAME completou, este ano, 16 anos de implantação e se tornou referência para outras Assembleias Legislativas no que se refere ao atendimento e acolhimento às mulheres vítimas de violência doméstica.

Raysa Veras, advogada do CHAME.

E para representar o programa, que é vinculado à Secretaria Especial da Mulher (SEM/ALERR), a advogada Raysa Veras falou sobre a função social do programa ao longo destas quase duas décadas de atuação em Roraima.

“É um local que não se limita somente ao acolhimento feminino. Ele vai além, com a expansão de projetos que envolvem a reeducação masculina, como o Núcleo Reflexivo Reconstruir e o mais recente ‘Cuidar para Curar’, voltado ao bem-estar psicológico de crianças que presenciaram casos de agressão dentro de casa”, acrescentou.

A violência de gênero e o racismo ultrapassaram barreiras. São problemas sociais, de Saúde e Segurança Pública que se perpetuam ao longo do tempo. A promotora de Justiça Lucimara Campaner afirmou que os casos que chegam ao conhecimento do Ministério Público Estadual de Roraima, assim como nos outros MPs do restante do País, são assustadores.

A promotora de Justiça, Lucimara Campaner, afirmou que os casos que chegam ao conhecimento do órgão são assustadores.

“Observamos, também, um processo de resistência aos direitos da mulher, à Lei Maria da Penha, de não aceitação da atuação feminina em espaços ocupados, tradicionalmente, por homens. Porém, ao longo dos nossos diálogos, mantemos a chama da esperança acesa, até porque existe um movimento que não se conforma com essa realidade e não naturaliza essa situação”, avaliou.

O podcast está disponível, na íntegra, na página oficial da ALERR no YouTube, e nas plataformas de áudio Spotify e Deezer.

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Suzanne Oliveira

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