Boa Vista registra mais de 370 ocorrências de queimadas pela Central 156 nos primeiros meses do ano

Prefeitura de Boa Vista e moradores afetados pedem conscientização a respeito da prática de queimada urbana, que é crime e pode gerar multas. – Fotos: Diane Sampaio

No mês de abril se inicia o período chuvoso, porém este ano a estiagem ainda está intensa em Boa Vista. Em diversas áreas da cidade ainda é possível observar práticas constantes de queimadas em terrenos baldios, e em áreas urbanas onde a vegetação está bem seca. De janeiro até esta quarta-feira, 5, foram registradas 374 denúncias de queimadas pela Central de Atendimento 156.

Os incêndios representam uma verdadeira ameçada para a fauna e flora, além de oferecer sérios riscos à saúde humana.

Os bairros mais afetados nos últimos dias foram Caçari, Bairro dos Estados, Nova Cidade dentre outros. De acordo com Karla de Oliveira, diretora de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA), a situação é preocupante e é preciso maior conscientização da população para evitar esse tipo de crime ambiental, que pode gerar penalidades para quem pratica.

“Animais morrem nos incêndios e os seres humanos podem ter problemas de saúde agravados por conta da inalação da fumaça. A fuligem também é um transtorno para os moradores que têm suas casas invadidas por elas”, destacou.

Crime ambiental

“É crime se alguém ateou fogo e quem mais sofre são os idosos, crianças e até meus animais que tenho em casa”, disse Itelvina Medeiros, moradora do Bairro dos Estados.

A Lei Municipal nº 947 de 2007 proíbe a queima de quaisquer resíduos orgânicos ou inorgânicos na zona urbana de Boa Vista. A fiscalização pode autuar o responsável através do Decreto Federal nº 6514, que prevê a multa a partir de R$5mil para o responsável de ter ateado fogo no terreno.

A aposentada Itelvina de Medeiros, de 69 anos, mora na rua Rio Grande do Sul, do Bairro dos Estados. Ela é uma das moradoras que está sofrendo com as queimadas que ocorre em um terreno da Base Aérea de Boa Vista e vem sendo controlado por um carro de bombeiros da Infraero. Porém, ela afirma que ninguém sabe se foi por prática criminosa.

Renato Souza, de 63 anos, também morador do Bairro dos Estados, destacou os transtornos causados pelo incêndio.

“Não sabemos se alguém tocou fogo ou até por conta da temperatura estar muito quente. O mato que está seco começou a pegar fogo. É crime se alguém ateou fogo e quem mais sofre são os idosos, crianças e até meus animais que tenho em casa. É triste porque acaba com a natureza e os animais que vivem nela”, disse a moradora.

A situação é parecida na casa do morador Renato de Souza, de 63 anos, que mora no bairro Dos Estados há mais de 28 anos e relatou acordar por dois dias com fumaça ao redor de sua casa. “É um transtorno para a gente. À noite, o incêndio teve uma proporção muito grande. Vieram vários bombeiros, mas não teve como conter, por conta do vento. Aí você acorda de manhã e encontra essa fumaceira”, disse.

Cuidado e preservação

Os incêndios lambem a vegetação, deixando rastros de cinzas e fumaça.

Os moradores que identificarem queimadas podem denunciar através da Central de Atendimento 156. Lixos domésticos, entulhos e galhadas não devem ser queimados, estes tipos de resíduos são de responsabilidade do cidadão e existem as formas corretas de descarte e recolhimento.

Em Boa Vista existem inúmeras empresas particulares que prestam o serviço de recolhimento de entulhos e galhadas, mediante pagamento. O serviço também pode ser solicitado e agendado no site da Prefeitura (https://boavista.saatri.com.br/Contribuinte/EmitirDamTaxaDiversa). Pelo município, o recolhimento de galhadas custa R$ 200,00 e entulhos no valor de R$ 300,00. Neste caso, os resíduos só devem ser colocados em frente do imóvel após a solicitação do serviço. O que não pode é descartá-los indevidamente nas ruas, em frente das casas ou nas calçadas e muito menos atear fogo.

Calendário de Coleta de Lixo

Já os resíduos domiciliares devem ser colocados para fora, somente nos dias em que os caminhões passam nos bairros. Isso ocorre pelo menos três vezes por semana, em dias alternados, conforme calendário programado pela empresa coletora.

 

 

 

 

 

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