Clube do Rádio de Roraima celebra cem anos da primeira transmissão radiofônica no Brasil

Evento ocorreu em 7 de setembro de 1922, do alto do Corcovado, Rio de Janeiro, para todo o país. – Fotos: Jader Souza

Nesta quinta-feira, 1º, o Clube do Rádio de Roraima, em parceria com a Assembleia Legislativa (ALE-RR), reuniu radialistas, jornalistas, professores e estudantes no Plenarinho Valério Caldas Magalhães para celebrar os cem anos da primeira transmissão radiofônica no Brasil, relembrar a história do veículo e sua importância para o jornalismo.

O encontro, que está na segunda edição, foi transmitido ao vivo pela TV Assembleia (canal 57.3) e pelas redes sociais do Poder Legislativo (@assembleiarr).

Para um dos fundadores das rádios Roraima e Equatorial, o pioneiro Altair Souza, de 85 anos, o rádio sempre teve sua importância para o brasileiro, tanto da cidade quanto do interior.

“Eu amo o rádio. Ele faz parte da minha vida, do meu sangue. Eu vivi tanto tempo dentro da rádio que, às vezes, eu até me perdia, porque, naquele tempo, quando fazíamos, era mais por amor do que por salário”, contou emocionado ao relembrar que, no início da carreira, ganhava cerca de 500 cruzeiros, o equivalente a 50 centavos atualmente.

O radialista Carlos Alberto Alves contou que é fã de rádio desde criança, e, aos 12 anos, após uma brincadeira e por persistência, começou a ser locutor. Ele é amazonense, mas mora em Boa Vista desde 1967, e define o rádio como a origem da comunicação de massa.

“Ele deu voz ao esporte, começando pelo futebol, e depois se estendeu a outras modalidades, e também deu voz às radionovelas que fizeram muito sucesso no começo. O rádio ativa o nosso imaginário”, destacou.

Dos 64 anos de vida do radialista Eduardo Figueiredo, 32 são dedicados ao veículo de comunicação. Fã de Roberto Carlos, o rádio surgiu na vida dele após apresentar um programa, em um domingo à tarde, apenas com as composições do cantor, na 93 FM. Figueiredo atua nas rádios Assembleia, Equatorial e Roraima.

“Para mim, é gratificante ser um radialista, representar minha categoria e viver o momento do rádio hoje. Estamos vivendo a era do rádio. Eu vivo a história no rádio. Então, é muito gratificante ser um radialista”, ressaltou Figueiredo, que também é presidente do sindicato da classe.

Durante o encontro, houve ainda a apresentação de um vídeo institucional da Casa Legislativa sobre o aniversário do rádio, a apresentação remota do cantor Egberto Lima, e, de forma presencial, da dupla sertaneja Naiade e Raíssa e da banda instrumental da Escola Estadual Major Alcides.

Início do rádio

O marco oficial do rádio no Brasil se deu com a transmissão do discurso do então presidente da República Epitácio Pessoa em 7 de setembro de 1922 em comemoração ao centenário da Independência do país. A transmissão foi feita de uma estação instalada no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro.

O rádio reinou absoluto entre as décadas de 1930 e 1950, na chamada “Era de Ouro do rádio”, quando se tornou o principal veículo de entretenimento, esporte e notícias. Porém, com a chegada da televisão em setembro de 1950, perdeu espaço para o novo meio de comunicação que reunia som e imagem.

Apesar disso, o veterano se mantém de pé até hoje e ainda marca presença maciça em todo o país, e se reinventou com o advento da internet e do sinal digital.

Segundo dados da Secretaria de Radiodifusão do Ministério das Comunicações, o Brasil possui 3,9 mil emissoras FM, 1,2 mil AM e mais de 4,7 mil rádios comunitárias.

Clube do Rádio de Roraima

Fundado em 2016, com apoio da Assembleia Legislativa, o Clube do Rádio de Roraima é composto por profissionais de comunicação e simpatizantes para manter viva a cultura do meio de radiodifusão e promover debates nas redes sociais sobre temas atuais e a evolução da comunicação, em especial o rádio.

O clube organiza e ministra oficinas, cursos e palestras com o intuito de capacitar e atualizar os profissionais da área. O próximo passo, de acordo com o coordenador, é difundir a paixão pelo veículo entre os mais jovens.

Suzanne Oliveira

 

 

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