Cresce número de endividados e inadimplentes em Roraima

Dívidas com cartão de crédito continuam representando a maior parcela do endividamento das famílias e logo em seguida estão as dívidas com carnês de lojas. – Foto: Ascom/Fecomércio-RR

As famílias roraimenses estão mais endividadas em 2022. É o que mostram os números da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Segundo a análise do assessor econômico da Fecomércio, Fábio Martinez, “o endividamento das famílias roraimenses iniciou o ano em 86,8%, o maior percentual para o mesmo período desde o início da série, em janeiro de 2010”. O economista também destaca o número de pessoas que possuem alguma conta em atraso, que somam 45,7%, e as famílias que declararam não ter condições de pagar integralmente as suas dívidas, 40,4%.

As dívidas com cartão de crédito continuam representando a maior parcela do endividamento das famílias e logo em seguida estão as dívidas com carnês de lojas, os crediários.

O presidente do Sistema Fecomércio, Ademir dos Santos, acredita que esse crescimento está relacionado com as dívidas de fim de ano e os gastos com a volta às aulas. “Muitas famílias utilizam o cartão ou crediário para comprar os presentes de Natal e em janeiro também usam o crédito para comprar o material escolar. Produtos mais caros no mercado e redução do poder de consumo refletem no aumento das dívidas das famílias em Roraima”, destacou o presidente da Federação do Comércio.

O número de famílias endividadas e inadimplentes em Roraima é maior que em outros Estados brasileiros. De acordo com a pesquisa da CNC, o total de endividados no País alcançou 76,1% em janeiro, representando uma queda de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que, apesar da pequena queda mensal, a situação ainda merece atenção. “O endividamento segue em patamar elevado, e essa redução é reflexo de um cenário desfavorável, em que o encarecimento do crédito pelos juros mais altos afeta a dinâmica de contratação de dívidas dos consumidores”, observa.

Iara Bednarczuk

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