Denarium se reúne com ministros para definir ações em conjunto frente à crise sanitária Yanomami

Governo de Roraima está trabalhando em conjunto para minimizar os impactos da desintrusão do território Yanomami, que espera ser pacífica e sem maiores intercorrências. – Fotos: Secom-RR

Nesta quarta-feira, 8, o governador Antonio Denarium se reuniu, em Roraima, com a comitiva de ministros do Governo Federal para tratar de assuntos relacionados à crise sanitária yanomami e medidas de mitigação que devem ser tomadas após a retirada de garimpeiros da área indígena.

Vieram de Brasília a Roraima os ministros de Estado José Múcio (Defesa), Silvio Almeida (Direitos Humanos), Juscelino Filho (Comunicação) e ainda o general do Exército, Tomás Miguel Ribeiro e o tenente-brigadeiro do Ar, Marcelo Damasceno.

A comitiva visitou a Base da Operação Acolhida em Boa Vista, onde a equipe do Exército Brasileiro, que coordena a ação humanitária, apresentou dados de atendimentos ao público venezuelano. Ainda durante a tarde, os ministros visitaram várias unidades da força-tarefa logística acompanhados do vice-governador, Edilson Damião.

Denarium ressaltou a importância do diálogo e parceria com o Governo Federal como compromisso com a população roraimense. Em relação aos povos indígenas, afirmou que o Governo de Roraima está trabalhando em conjunto para minimizar os impactos da desintrusão do território Yanomami, que espera ser pacífica e sem maiores intercorrências.

“Temos hoje três ações que têm que ser olhadas pelo Governo do Estado em parceria com o Governo Federal. A primeira é a urgência da crise sanitária yanomami, mas também a questão dos trabalhadores em garimpo, que precisam retornar espontaneamente dessas áreas e o atendimento ao público venezuelano. Considerando esse contingente, estamos falando de cerca de 30% da nossa população total”, destacou o governador.

O governador reforçou que o Governo de Roraima é parceiro da União e mencionou ainda estratégias que devem ser tomadas como fundamentais a nível social, sanitário e econômico para minimizar o impacto da retirada de trabalhadores do garimpo da área indígena Yanomami.

“O Governo do Estado tem consciência de que não existe legislação para garimpo nem mineração em área indígena. É uma atividade ilegal e sempre trabalhamos pela legalidade. Nós vamos dar o apoio necessário para o Governo Federal. Tivemos reuniões anteriores e hoje com os ministros da Defesa e dos Direitos Humanos para procurar alternativas para esta questão”, disse.

Denarium explicou que o Governo do Estado e o Governo Federal pensam de maneira conjunta em como inserir os garimpeiros e trabalhadores no mercado de trabalho formal, incluindo a necessidade de realizar cursos de capacitação e programas específicos para atender a essas pessoas, algumas que têm famílias na Capital e no Interior que vivem e dependem desse rendimento.

“Solicitei também [ao Governo Federal] que essas famílias que viviam do trabalho no garimpo sejam cadastradas, para que elas possam participar de algum programa de transferência de renda executado pelo Governo Federal”, relatou.

Espaço Aéreo

O governador ressaltou também a flexibilização temporária do controle do espaço aéreo na região da terra indígena Yanomami, para que garimpeiros e outros trabalhadores possam sair da área de forma espontânea e pacífica.

“Nossa missão principal é cuidar de todas as pessoas. É muito importante que todos saiam de forma pacífica, espontânea e ordeira na medida do que for possível e se houver cooperação. O Governo Federal e o Governo do Estado estão estimulando essa saída em um ambiente legal, para que não haja conflitos e evitando confrontos, para que a situação seja a melhor para todos”, disse.

Visitas da comitiva encerraram pela tarde

No período da tarde, a comitiva ministerial conheceu de perto os abrigos coordenados pela Operação Acolhida em Roraima, que prestam atendimento a imigrantes venezuelanos.

O primeiro local visitado foi o PTRIG (Posto de Triagem) onde os imigrantes passam pelo serviço de regularização obrigatória e recebem serviços de cidadania como emissão de CPF (Cadastro de Pessoa Física), por exemplo.

Logo em seguida os ministros visitaram o CCI (Centro de Coordenação de Interiorização), onde são atendidas cerca de 200 pessoas por dia para serviços de verificação de saúde e encaminhamento ao processo de interiorização, nos casos em que há um estado receptor para o acolhimento fora de Roraima.

A agenda incluiu ainda a visita ao abrigo Waraotuma Atuaranoko e ao Rondon 5 que atendem imigrantes indígenas e não indígenas, respectivamente.

“Os ministros tiveram a oportunidade de conhecer de perto um pouco da assistência dada aos imigrantes, seja indígena ou não. É importante um bom diálogo com o Governo Federal e as tratativas para ações conjuntas em prol da sociedade roraimense”, enfatizou o vice-governador Edilson Damião.

João Paulo Pires e Lidiane Oliveira

 

 

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