O presidente da Assembleia Legislativa (ALE-RR), o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo e deputados presidentes de Comissões Permanentes do Poder Legislativo visitaram as instalações de abrigos gerenciados pela Operação Acolhida, em Roraima, nesta terça-feira, 18.
Eles foram recepcionados pelo coordenador operacional da Operação Acolhida, general Helder de Freitas Braga, na 1ª Brigada de Infantaria de Selva, localizada no bairro 13 de Setembro, zona Sul de Boa Vista, com a ambientação sobre os trabalhos do Exército Brasileiro aos imigrantes oriundos da Venezuela, indígena e não indígena.
Aldo Rebelo, que é conselheiro do Centro de Relações Internacionais, se surpreendeu com dados, dimensão e proporção da imigração no Estado. “Roraima tem cumprido papel importante, tem feito seu esforço e o governo federal também tem sua presença assegurada pelo Exército, cujo papel é importante na coordenação da Operação Acolhida”, disse.
Do “ouvir falar” sobre a Operação à realidade, Aldo Rebelo parabenizou a forma acolhedora do Exército, governo e agências frente a essa causa. “As pessoas precisavam conhecer melhor como o Brasil, como o Exército, tem cumprido a sua missão nessa Operação Acolhida, principalmente quando vemos aqui as crianças que merecem, que precisam que o Brasil trate com generosidade essa situação”, complementou.
Ao chegarem no abrigo Rondon I, as autoridades foram cercadas por crianças venezuelanas curiosas pela movimentação atípica no local que abriga duas mil pessoas.
Os convidados conversaram com imigrantes e conheceram projetos sociais desenvolvidos por agências, a exemplo da biblioteca “Mi Casa, Tu Casa”, abastecida com livros doados. Ao lado, conheceram o Centro de Interiorização, responsável por enviar, até o momento, mais de 100 mil venezuelanos para 947 municípios de Norte a Sul do País.
A intenção da visita, acrescentou Soldado Sampaio (Republicanos), é propagar a realidade de Roraima para o restante do país pela visão de Aldo Rebelo. “Nós conhecemos o impacto da imigração em Roraima na saúde, educação, segurança. Sabemos a importância da participação da Operação Acolhida, agências que apoiam, igrejas católica e evangélicas”. Ele espera que o governo federal olhe com mais atenção para o Estado fronteiriço e porta de entrada de imigrantes em busca de abrigo e refúgio.
A comitiva percorreu ainda o Centro de Capacitação para desenvolvimento de cursos, principalmente de Língua Portuguesa, com duração de três semanas para dar a base comunicacional dos estrangeiros com a população local, em parceria com agências e empresas de qualificação. Os imigrantes recebem ainda no local informações sobre direitos trabalhistas com o intuito de evitar possíveis trabalhos análogos a escravidão.
No Posto de Triagem, localizado ao lado da sede da Polícia Federal, conferiram o atendimento realizado pela PF para solicitação de refúgio de homens e mulheres que entram no Brasil para fugir da crise política e humanitária na Venezuela e em outros países da América Latina.
Representantes de comissões
Deputados presidentes de Comissões Permanentes da Assembleia Legislativa de Roraima estiveram na visita e avaliaram como positivo o trabalho desempenhado pela Operação Acolhida e aproveitaram o momento para explanar as preocupações pela ausência do governo federal com destinação de recursos para fortalecer as políticas públicas.
O presidente da Comissão de Saúde e Saneamento, deputado Dr. Cláudio Cirurgião (União) falou que a saúde pública sofreu com a imigração em massa. “Boa parte dos atendimentos hospitalares, seja na maternidade, Hospital Geral ou Hospital da Criança, os leitos são ocupados por venezuelanos e a Operação Acolhida minimiza esse impacto porque parte dos atendimentos da Atenção Básica ocorre nas próprias unidades de acolhimento, mas o sistema acaba sendo sobrecarregado”, complementou.
O presidente da Comissão de Relações Fronteiriças, Mercosul, de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação, Idazio da Perfil (MDB), destacou a atuação do Parlamento. “Estaremos na Venezuela conversando com os políticos locais e vendo como entraremos em uma linha de diálogo para reduzir essa imigração ou retorno dos imigrantes ao país de origem”.
Para o presidente da Comissão de Políticas Indigenistas, Dr. Meton (MDB), a visita abriu novos horizontes. “Nos colocamos à disposição para realizar um trabalho de suporte aos venezuelanos”.
Participaram ainda a presidente da Comissão de Defesa da Família, da Mulher, da Criança, do Adolescente e Ação Social, Joilma Teodora (Podemos) e o presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Minorias e Legislação Participativa, Isamar Júnior (PSC).
Yasmin Guedes