O “Educar é Prevenir”, do Programa de Defesa de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), vai retomar as atividades em agosto. Até novembro, quatro escolas da rede estadual de ensino serão atendidas pelo projeto, conforme informou o coordenador, Glauber Batista.
O projeto ficou suspenso durante dois anos devido à pandemia, haja vista que a metodologia de trabalho reúne as pessoas numa roda de conversa e pode causar aglomeração, o que chegou a ser proibido pelas autoridades de saúde para evitar a proliferação de covid-19.
Serão visitadas pelas equipes as escolas estaduais Professora Maria das Dores Brasil, Pastor Fernando Granjeiro de Menezes, Vanda Davi Aguiar e 13 de Setembro. As datas, conforme detalhou Batista, estão sendo ajustadas com cada unidade de ensino.
O Educar é Prevenir foi criado em 2017 e tem como foco os adolescentes dos estabelecimentos escolares tanto da capital quanto do interior, que fazem parte da faixa etária alvo dos aliciadores.
“E por que o foco são eles? Porque os relatórios sobre os quais tivemos conhecimento mostram que aqui em Roraima, por fazermos fronteira com dois países e termos divisa com o Amazonas, o índice de aliciamento é muito alto para fins de tráfico humano, escravidão, exploração sexual de crianças e adolescentes. É considerada uma das maiores rotas do Brasil para o exterior. Além disso, temos os garimpos. Então a meta é atingir com a prevenção o maior número de alunos”, explicou o coordenador.
O projeto já atendeu 33 escolas, sendo a maioria na capital, e o restante nos municípios de Pacaraima e Bonfim, que fazem fronteira com a Venezuela e República da Guiana, respectivamente.
As escolas dos municípios de Rorainópolis e Caracaraí também foram contempladas. Ambos ficam localizados às margens da BR-174, via de acesso ao Amazonas, única rodovia que é porta de entrada para Roraima.
O projeto inicialmente realiza uma capacitação para os docentes e discentes da escola. “No primeiro dia, entregamos o material, banner e informativos. Nos dias seguintes, capacitamos do porteiro ao gestor. E no último, fazemos uma roda de conversa com os alunos, com a participação da rede de proteção. Convidamos autoridades policiais estaduais e federais e do judiciário, quando se relatam as experiências sobre o tráfico de pessoas, momento em que tiramos as dúvidas dos alunos”, concluiu Glauber Batista.
Marilena Freitas