
A PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio do DOPES (Departamento de Operações Especiais) e da Polinter (Delegacia de Polícia Interestadual), deflagrou a Operação Elo Perdido, que resultou na prisão de 14 pessoas por inadimplência de pensão alimentícia.
A ação, realizada ao longo das últimas 48 horas, ocorreu em Boa Vista, Alto Alegre, Cantá e São Luís do Anauá, e se encerrou na manhã desta quinta-feira, dia 27. Teve como foco a proteção de crianças e adolescentes que dependem da pensão alimentícia para garantir necessidades básicas como alimentação, saúde, educação e um desenvolvimento seguro.
A operação foi coordenada pela diretora do DOPES, delegada Cândida Magalhães, e executada pela Polinter, sob a chefia do delegado Alexandre Matos.
“Mais do que uma operação de cumprimento de mandados, a iniciativa tem como foco central a proteção de crianças e adolescentes que dependem da pensão alimentícia para garantir necessidades básicas. Cada prisão representa um passo na defesa de um direito fundamental: o direito à vida e à alimentação”, disse a diretora.
Ainda segundo ela, quando a pensão alimentícia é negligenciada, as consequências recaem diretamente sobre os filhos, que passam a enfrentar privações graves, como fome, falta de assistência médica e até interrupção dos estudos.
A delegada reforçou que a operação envia uma mensagem clara à sociedade: a responsabilidade com os filhos é um dever inadiável e inegociável.

“A Polícia Civil, em parceria com o Poder Judiciário e o Ministério Público, destaca que o descumprimento dessa obrigação não é apenas uma dívida financeira, mas um ato que compromete a dignidade e o futuro de crianças e adolescentes. Por isso, a lei será aplicada com rigor sempre que necessário”, pontuou.
Os 14 mandados tiveram como alvos 12 homens e duas mulheres, e representam um débito acumulado superior a R$ 100 mil. Entre os casos, chamou atenção o de uma mãe que possuía uma dívida de R$ 46 mil referentes ao filho cuja guarda ela havia entregado voluntariamente ao pai. Também chamou atenção o caso de um pai que já acumulava débito de R$ 42 mil. Ambos foram presos.
Além dos resultados imediatos, segundo a diretora, a expectativa é de que a operação sirva como alerta para que outros devedores regularizem sua situação antes de serem alcançados pela Justiça.
“O objetivo é garantir que o recurso chegue ao destino correto, assegurando que as mesas voltem a ser fartas, os livros sejam comprados e os cuidados médicos sejam realizados”, disse Cândida Magalhães.
A delegada explicou que, quando cessam as tentativas de conciliação na Justiça para que o pai, mãe ou responsável pague seus débitos, é expedido o mandado de prisão, que é encaminhado à Polinter. Nesses casos, os inadimplentes podem obter a soltura mediante apresentação de comprovante de quitação da dívida.
Durante o cumprimento dos mandados, apenas duas pessoas não quitaram os débitos e foram apresentadas na audiência de custódia.
“Esta é uma operação pela vida digna das nossas crianças, e conta com o apoio da imprensa para ampliar essa mensagem de responsabilidade social e proteção aos mais vulneráveis”, ressaltou a diretora.
POR QUE O NOME “ELO PERDIDO”? O nome Operação Elo Perdido faz referência ao rompimento do vínculo financeiro e afetivo que ocorre quando o responsável deixa de cumprir a obrigação de pagar a pensão alimentícia. A pensão é um elo fundamental para garantir a sobrevivência e o desenvolvimento pleno das crianças e adolescentes. Quando esse compromisso é quebrado, perde-se um elo essencial para a dignidade e a proteção dos menores, exatamente o que a operação busca restabelecer por meio da atuação policial e judicial.
