Estratégia Zero Morte: Unidades adotam método para evitar mortalidade materna por hemorragia

Sesau promoveu um curso para mais de 100 profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros, que atuam na assistência perinatal do HMINSN. – Fotos: Ascom Sesau

A Secretaria de Saúde está fortalecendo ações e serviços de saúde em Roraima, e a novidade da vez é a adoção da Estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia, programa desenvolvido pelo Ministério da Saúde, em parceria com a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde).

O novo método passará a ser utilizado nas ações de saúde que são efetivadas no HMINSN (Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth), considerado a principal referência no cuidado de mães e recém-nascidos no Estado; e no Hospital Délio de Oliveira Tupinambá, unidade localizada no município de Pacaraima.

Essa é mais uma ação que visa aumentar a segurança das pacientes e, para que a estratégia pudesse ser aplicada, a Sesau promoveu um curso para mais de 100 profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros, que atuam na assistência perinatal do HMINSN. A atividade teve o apoio da UFRR (Universidade Federal de Roraima).

Esses profissionais contaram com 16 horas de exposição de conteúdos técnicos e instrução, em estações práticas para intervenção assistencial adequada e em tempo oportuno, em situações de agravos que venham causar risco à saúde perinatal.

“Nosso treinamento já mostrou uma melhor resposta da equipe como um todo na prevenção da hemorragia pós-parto, na detecção precoce da hemorragia pós-parto, fazendo com que haja uma atitude mais urgente da equipe.”, afirmou o coordenador da Ginecologia Obstetrícia da Maternidade, Dr. Ruben Murillo Elorrieta.

Uma das novidades presenciadas no curso foi a utilização do traje antichoque não-pneumático, que consiste de uma vestimenta com tecido Neoprene, com fixadores em velcro, que cobrem a paciente do tornozelo ao abdômen.

Esse tipo de item é usado em pacientes puérperas com hemorragia pós-parto e com sinais de pressão arterial persistentemente anormal ou instável. “Esse traje ajuda, por exemplo, a diminuir o sangramento da paciente, reduzindo os riscos de morte materna”, completou Elorrieta.

Para a diretora de enfermagem da unidade, Gervana Soares, a preocupação maior dos profissionais é fazer um transporte seguro das mães com risco hemorrágico, facilitando inclusive a vida de moradoras de regiões afastadas da capital.

“É uma das alternativas para fazer um transporte seguro até a chegada na unidade de referência para resolução do caso”, comentou.

Parceria

A maternidade, por meio de parceria com a UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas), recebeu a doação de um traje antichoque que será utilizado dentro da Estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia.

“Recebemos da UNFPA, que é uma agência parceira da Secretaria de Saúde, um traje antichoque não-pneumático. Esse traje vem para complementar a Estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia. Além disso, 108 profissionais da Maternidade foram capacitados para prestar uma assistência de maior qualidade, ajudando assim a salvar ainda mais vidas”, enfatizou a diretora de Ensino do HMINSN, Raissa Sampaio.

A doação será destinada para o Hospital Délio de Oliveira Tupinambá, no município de Pacaraima, o intuito é estabilizar a situação da paciente até a sua chegada ao Hospital Materno da capital.

“O uso dele [do traje] possibilitará transferir uma paciente com hemorragia pós-parto para Boa Vista, diminuindo a hemorragia, uma vez que ele vai propiciar uma melhor resposta da gestante ao tratamento antichoque, evitando chegar a medidas extremas como a histerectomia que é a retirada do útero para conter a hipovolemia”, acrescentou o Dr. Ruben Elorrieta.

Indicadores de mortalidade materna no país

Dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna apontam que o Brasil teve uma média de 107 mortes a cada 100 mil nascimentos em 2021. E, no sentido de garantir melhoria no atendimento, a Estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia é um esforço coletivo para acelerar a redução de casos de mortes de mulheres por complicações relacionadas ao parto.

Suyanne Sá

 

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