Operação Janus: PCRR cumpre mandados de prisão contra policiais militares suspeitos de execução

Os agentes vinham sendo investigados desde dezembro do ano passado pela morte de Pedro Henrique Reis de Moura, de 18 anos. – Foto: Ascom/PCRR

Uma ação integrada entre a PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio da DGH (Delegacia Geral de Homicídios) e a SESP (Secretaria Estadual de Segurança Pública), por meio do DEINT (Departamento de Inteligência), cumpriu nas primeiras horas desta quarta-feira, 17, a operação Janus, visando cumprir seis mandados judiciais.

Os alvos da Operação foram policiais militares que vinham sendo investigados desde dezembro do ano passado pela morte de Pedro Henrique Reis de Moura, de 18 anos.

O delegado titular da DGH, João Evangelista, que coordenou a operação, destacou que foram cumpridos, incialmente, cinco dos seis mandados judiciais expedidos pela 1ª Vara do Tribunal do Juri da Comarca de Boa Vista/RR.

“As ordens judiciais foram decretadas após representação criminal da Autoridade Policial e manifestação favorável do Ministério Público nos autos do inquérito policial que apura as circunstâncias da morte de Pedro Henrique Reis de Moura”, detalhou.

Ainda segundo o delegado, as buscas domiciliares foram cumpridas nas residências de três policiais militares estaduais.

“Dois dos investigados tiveram suas prisões temporárias decretadas por 30 dias e um terceiro suspeito encontra-se fora do estado, podendo ser preso a qualquer momento”, ressaltou.

O delegado destacou que as investigações vislumbraram que há fortes elementos informativos apontando que, na tarde do dia 14 de dezembro de 2023, a guarnição policial formada por um sargento e dois soldados da Polícia Militar invadiu uma residência no bairro São Bento e executou Pedro Henrique com dois disparos de armas de fogo.

“O fato foi presenciado por pessoas que se encontravam na residência, incluindo-se uma criança. Hoje, quatro meses depois, investigadores da Delegacia Geral de Homicídios arrecadaram durante as buscas domiciliares aparelhos celulares, um computador, munições calibre 9mm, documentos e dois simulacros de arma de fogo”, disse.

Para o titular da DGH, a Operação Janus busca esclarecer a verdade encoberta nos casos de mortes violentas ocorridas por intervenção policial.

“São casos com indicativos de execuções ocorridas no interior de residências. Outras investigações também buscam o esclarecimento de eventual milícia instituída no estado de Roraima e grupo de extermínio formado por policiais militares”, disse.

Operação Janus

O nome da ação policial reporta-se à mitologia romana em que Janus é a divindade bifronte que mantém uma de suas faces voltada para frente, em atenção ao porvir, e outra, para trás, em apreciação ao que já se passou.

 

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