Procuradoria da Mulher da ALE-RR faz palestra na Escola Estadual Monteiro Lobato

Equipe levou informações sobre ciclo de violência contra mulher para 50 alunos do 2º ano do ensino médio. – Fotos: Eduardo Andrade

Para alertar sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher, uma equipe da Procuradoria Especial da Mulher (PEM) realizou uma palestra educativa para 50 alunos do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Monteiro Lobato, localizada no Centro de Boa Vista, nesta sexta-feira, 2.

A palestra foi dividida em três atos: o que é e como ocorre a violência contra a mulher, como preveni-la e onde buscar ajuda. A partir da pergunta “Quem conhece a Lei Maria da Penha?”, os jovens foram apresentados no assunto e aprenderam como diferenciar a violência doméstica e a familiar, as medidas protetivas e as agressões tipificadas na Lei nº 11.340/2006 – física, moral, sexual, patrimonial e psicológica –, e as virtuais e políticas.

Com exemplos simples do cotidiano, foram apresentados os ciclos de violência, que geralmente se inicia com a degradação da autoestima da vítima e culmina na agressão física, que pode levar ao feminicídio – quando o sexo da vítima é determinante para o homicídio.

Os alunos também conheceram a estrutura de combate à violência da PEM (Chame, ZapChame e Núcleo Reflexivo Reconstruir). O Chame (Centro Humanitário de Apoio à Mulher) presta apoio multidisciplinar – psicológico, jurídico e de assistência social – às vítimas, enquanto o Núcleo Reflexivo Reconstruir é destinado a reeducar quem comete a violência.

Rozmeri Binsfeld

Segundo a gestora pedagógica da instituição, Rozmeri Binsfeld, ações de conscientização com jovens em idade de formação são fundamentais para que comportamentos agressivos naturalizados socialmente sejam revistos na origem.

“Para a escola, é muito importante receber essa palestra. A Assembleia Legislativa tem sido uma grande parceria. Os alunos precisam ter essa consciência, é preciso que eles saibam que não se bate em mulher. Isso é extremamente importante para mudar o comportamento dos nossos alunos”, destacou.

Ana Carolina Zefelino, de 16 anos, aluna do 2º ano, enfatizou a importância de debater o tema. Ela observou que, infelizmente, esses tipos de violência são frequentes na vida dos adolescentes, principalmente em relacionamentos em que existe uma diferença significativa de idade.

Ana Carolina Zefelino

“Além de falar com os adolescentes, essa também é uma maneira de prevenir que isso ocorra futuramente até com os adultos, pois precisamos ter uma noção de como acontece para poder buscar ajuda. Eu noto que essas violências com os adolescentes são bem presentes nos relacionamentos em que o homem é mais velho e manipula a garota mais nova”, constatou.

A palestra faz parte do calendário de eventos que a PEM promove desde o início do ano letivo nas instituições de ensino. De acordo com Hannah Monteiro, diretora do Chame de Boa Vista, para o próximo semestre, o objetivo é diversificar o horário e expandir para o interior do Estado.

Hannah Monteiro

“Todo mês nós fechamos o cronograma com algumas escolas, mas também deixamos as portas abertas da procuradoria para a instituição que quiser agendar a palestra. No momento, estamos nas escolas pelo período da manhã, mas já estamos planejando para o da tarde, para atender mais alunos de outras turmas e depois levar essas palestras para escolas do interior”, adiantou.

Os serviços (Chame e Núcleo Reflexivo Reconstruir) da Procuradoria Especial da Mulher ocorrem na sede em Boa Vista, localizada na Avenida Santos Dumont, 1470, bairro Aparecida, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Os moradores de Rorainópolis e adjacências podem buscar apoio no núcleo da PEM na Rua Senador Hélio Campos, sem número, BR-174. O serviço multidisciplinar funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Há também o atendimento remoto pelo ZapChame no número (95) 98402-0502, que funciona 24 horas, inclusive nos fins de semana e feriados.

Suellen Gurgel

 

 

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