Professores de Boa Vista realizam assembleia e fundam novo sindicato

Primeira diretoria é eleita para liderar mais de 5 mil educadores/as municipais até 2028. – Fotos: Gileade Oliveira

Em um encontro marcado pela união e determinação, professoras e professores municipais de Boa Vista deram um grande passo em direção à valorização profissional e à melhoria da educação na cidade de Boa Vista.

No sábado, 9, o cruzamento das ruas José Queiroz e Mário Homem de Melo, no bairro Buritis, transformou-se no cenário da primeira assembleia geral que instituiu o SINDPROM-BV – Sindicato dos Professores e Professoras do Município de Boa Vista – RR. Esse evento histórico culminou na eleição da primeira Diretoria Executiva, que conduzirá os destinos de cerca de 5 mil educadores/as até 2028.

Durante a assembleia, foi lido e aprovado o estatuto do sindicato, composto por mais de 70 artigos, assim como o edital de sua fundação.

A recém-eleita presidente sindical, professora Sirdenys Santana, destacou que as principais pautas de reivindicações e lutas da categoria versam sobre a valorização salarial, com defasagem desde 2015, questão da valorização de formação, inclusive, muitos perdem quando se afastam para um mestrado ou doutorado e, sobretudo, o PCCR, que precisa ser reorganizado. Além disso, a saúde precisa ser revista. “Nós não temos nenhum plano para amparar o professor nesse momento. O professor adoeceu, ele é descartado, simplesmente”, afirmou.

Na oportunidade, Sirdenys fez um apelo a todos os professores e professoras de Boa Vista, convocando-os a se filiarem ao recém-criado sindicato. O sindicato terá uma sala disponível no prédio da CUT (Central Única dos Trabalhadores e Trabalhadoras), no bairro Buritis. Entretanto, quem não tem condições de ir até a CUT, basta entrar em contato com a Diretoria Executiva, que irá até o professor/a na escola.

“Este é um momento decisivo na nossa luta por direitos e condições de trabalho dignas. Só unidos, como uma força coletiva, poderemos fazer a diferença. Foram vários obstáculos que nós enfrentamos, desafios enormes durante esse período de oito anos de luta”, afirmou, ressaltando a importância da participação ativa de toda a categoria para fortalecer a representatividade e a capacidade de negociação do sindicato.

A representante da Pró-Fundação, professora Antônia Pedrosa, lembrou a necessidade de buscar soluções para questões importantes, como o reajuste salarial, materiais pedagógicos e a necessidade de cuidadores e professores auxiliares para alunos com deficiência. “É encorajador ver esforços sendo feitos para melhorar as condições dos professores e garantir uma educação de qualidade para todos os alunos. Se precisar de apoio para divulgar essas iniciativas ou se quiser compartilhar mais sobre isso, estou aqui para ouvir e ajudar no que for preciso”, salientou.

A representante da CONFETAM (Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras no Serviço Público Municipal), Sueli Adriano, que veio do Rio Grande do Sul, especialmente para participar da Assembleia Geral, ressaltou a importância de os sindicatos locais estarem conectados a uma Confederação para ampliar sua influência e capacidade de luta em questões que afetam os trabalhadores em todo o país. “A luta por direitos trabalhistas, previdenciários, de assistência social, moradia, habitação e meio ambiente é crucial, e a conexão com uma confederação, como a Confetam, pode ajudar a fortalecer essas lutas em nível nacional e internacional”, frisou.

Sobre o cenário nacional, Sueli comentou que houve perdas nos últimos anos, com mudanças no Governo e no Congresso que afetaram os direitos trabalhistas. “A esperança parece estar surgindo com algumas mudanças recentes, mas ainda há um longo caminho a percorrer para recuperar o que foi perdido ao longo dos últimos anos”, ponderou.

Celton Ramos

 

Recém-eleita presidente sindical, professora Sirdenys Santana

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