Programa Mulheres Mil: 63 mulheres são qualificadas em curso de salgadeiro

A primeira turma foi ofertada para 31 mulheres, entre os meses de dezembro de 2023 e fevereiro de 2024. Já a segunda, com 32 mulheres, começou neste mês e segue até abril. – Foto: Ascom/IFRR

O Campus Boa Vista do Instituto Federal de Roraima (CBV/IFRR) segue com a implementação do Programa Mulheres Mil por meio da oferta do curso de formação inicial e continuada (FIC) de Salgadeiro, com 160 horas. A primeira turma foi ofertada para 31 mulheres, entre os meses de dezembro de 2023 e fevereiro de 2024, e a solenidade de certificação ocorre às 16h, do dia 8 de março, no auditório do CBV.

Já a segunda turma, com 32 mulheres, começou o curso neste mês e segue até abril. As aulas teóricas serão realizadas conforme o cronograma semanal, das 18h às 22h, na sala 301; as aulas práticas, na casa de apoio do Programa Mulheres Mil, no CBV.

O público-alvo são mulheres em situação de vulnerabilidade social, no entanto as vagas são ofertadas para mulheres que desejam obter qualificação profissional para atuar como empreendedoras em pequenos negócios, contribuindo para a ampliação da renda familiar e melhoria da qualidade de vida.

Mulheres Mil

Desenvolvido no âmbito do programa Qualifica Mais, do governo federal, o programa foi instituído nacionalmente em 2011 e é fruto dos resultados positivos gerados por uma iniciativa piloto de mesmo nome, criada em 2007 pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC).

O objetivo do Programa Mulheres Mil é promover formação profissional e tecnológica a mulheres em situação de vulnerabilidade social em articulação com o aumento da escolaridade, especialmente das regiões Norte e Nordeste do País. Para isso, atua para garantir acesso à educação a essa parcela da população de acordo com as necessidades educacionais de cada comunidade e com a vocação econômica das regiões.

Ao ser instituído nacionalmente por meio da Portaria 1.015 do MEC, de 21 de julho de 2011, e se transformar em programa de cobertura nacional, o Mulheres Mil amplia também seu escopo inicial de oferta de educação profissional e tecnológica. Além dos cursos de formação inicial e continuada (FIC) e qualificação profissional, inclui em sua oferta os cursos de educação profissional técnica de nível médio.

Segundo a coordenadora pedagógica adjunta do programa no CBV, Francisca das Chagas Araújo, o levantamento de demanda para a oferta do curso se deu por meio de pesquisa nas diversas organizações. “Estivemos na Casa da Mulher Brasileira, no Centro de Referência da Assistência Social (Cras), na Feira do Produtor Rural, em alguns abrigos da Operação Acolhida e na Associação das Catadoras de Lixo, onde constatamos o interesse de muitas mulheres em se qualificar. A primeira turma já está na sua fase final, com as aulas práticas, e a segunda já iniciou o curso”, disse.

De acordo com a coordenadora-geral do programa Qualifica Mais no IFRR, Larisse Livramento, o Programa Mulheres Mil é uma iniciativa que oferece oportunidades de capacitação e empoderamento a mulheres em situação de vulnerabilidade. “Através desse programa, essas mulheres têm acesso a cursos de formação profissional que não apenas as capacitam para o mundo de trabalho, mas também promovem sua independência financeira, o empreendedorismo e fortalecem sua autoestima. É inspirador ver como o programa transforma vidas, proporcionando não apenas habilidades técnicas mas também um novo horizonte de possibilidades para essas mulheres. É um verdadeiro exemplo de inclusão e impacto social positivo”, explicou Larisse.

Na opinião da diretora-geral do CBV, professora Joseane Cortez, o Mulheres Mil representa uma significativa política de inclusão voltada às mulheres em vulnerabilidade. “Esses cursos vêm proporcionando a essas mulheres mais uma profissionalização que poderá tornar-se uma opção de renda ou de emprego, que certamente contribuirá para sua independência econômica e pessoal. Nós, do Campus Boa Vista, nos sentimos agraciados com essa oportunidade de aproximação com o saber e com a vida dessas mulheres que veem nesse programa uma luz para sua independência e autonomia”, comentou.

Para a reitora do IFRR, professora Nilra Jane Bezerra, o sentimento é de satisfação. “É com grande satisfação que testemunho a conclusão da primeira turma do curso de Salgadeiro, ofertado pelo Programa Mulheres Mil no Campus Boa Vista e celebro o início de uma nova turma. O programa tem sido uma fonte poderosa de empoderamento feminino, capacitando mulheres e proporcionando oportunidades para que alcancem seu pleno potencial no mundo de trabalho. Ele não apenas traz o desenvolvimento das habilidades técnicas das participantes, mas também fortalece a confiança e a autoestima. Estou confiante de que as mulheres que concluíram o curso estão preparadas para enfrentar os desafios do mundo do trabalho com determinação e excelência. À nova turma renovamos o compromisso do IFRR em oferecer oportunidades de capacitação e empoderamento para mais mulheres. Estou certa de que o programa continuará a desempenhar um papel crucial na promoção da igualdade de gênero e no fortalecimento das mulheres no nosso estado”, declarou.

A cozinheira Ana Paula Rosa do Nascimento, moradora do Bairro Airton Rocha, aluna da primeira turma, afirma que a participação no curso representou uma rica oportunidade de qualificação profissional. “O curso foi de extrema importância, pois me abriu novos horizontes no campo do empreendedorismo. Tive a oportunidade de conhecer pessoas e aprender muito com os professores, que, além de competentes, são muito atenciosos. Assim, como toda a equipe envolvida na organização do curso, as coordenadoras, as psicólogas, as assistentes sociais, todas estão de parabéns! Todas as disciplinas foram importantes, mas as aulas de Matemática, para mim, foram excelentes, assim como as aulas práticas, momento em que colocamos em prática tudo o que aprendemos”, contou.

A exemplo de Ana Paula, a autônoma Maria Ivaneti Tontini, que trabalha fazendo bolos e salgados caseiros, relata que sua participação no curso foi satisfatória. “Gostei muito do curso. Primeiramente, agradeço a Deus por ter me permitido participar desse curso; aos meus filhos, que fizeram minha inscrição e me deram apoio durante o curso; aos professores, que, com suas experiências e dedicação, nos ensinaram com compromisso; às coordenadoras, à psicóloga, à assistente social e às colegas de aula, todos foram fundamentais para um aprendizado satisfatório. Esses conhecimentos serão muito importantes para minha qualificação profissional. Assim como eu, as demais alunas do curso são mulheres lutadoras, que enfrentam batalhas diárias. Então, com certeza esse curso vai render bons frutos e contribuir para a renda familiar de cada uma das participantes”, declarou.

De acordo com a coordenação do programa, outros cursos serão ofertados em breve. O próximo, com data marcada para o início, é o de Assistente de Costura. Ele começa no dia 18 de março.

Virginia Albuquerque

 

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