Roraima inaugura usinas termelétricas de biomassa nesta segunda-feira

Duas novas usinas termelétricas, movidas a biomassa de floresta reflorestada, do tipo Acácia Mangium, começarão a funcionar em Roraima. – Fotos: William Roth

Um dos grandes entraves para Roraima é a energia elétrica, uma vez que o Estado ainda não é ligado ao Sistema Interligado Nacional e, desde 2019, é gerada por meio de termelétricas movidas a combustível, fonte cara e poluidora, que gasta cerca de 700 a 1.100 litros de combustível diariamente.

Para mudar essa matriz, duas novas usinas termelétricas, movidas a biomassa de floresta reflorestada, do tipo Acácia Mangium, começarão a funcionar em Roraima. A inauguração do projeto, que teve apoio do Governo de Roraima, será nesta segunda-feira, 28, em uma das unidades construídas, localizada a 44,8 quilômetros da Capital, no município do Cantá.

Ao assumir o Governo, o governador, Antonio Denarium, iniciou o diálogo com o presidente da República, Jair Bolsonaro, para viabilizar a realização de leilão para geração de energia elétrica para Roraima. “Sensível à necessidade do nosso Estado, o presidente Bolsonaro imediatamente atendeu ao nosso pedido e em maio de 2019 foi feito o leilão”, frisou o governador.

Após esse processo do leilão, relembrou Denarium, para a execução e viabilização do projeto e da geração de empregos, a atual gestão liberou, por meio de decretos publicados em janeiro de 2021, benefícios fiscais para o consórcio de empresas Oxe Energia, responsável pelas usinas. A corporação também foi beneficiada com isenções fiscais, com base na Lei Estadual 215.

“Foram 1.000 empregos criados diretamente e mais 300 postos indiretos somente na construção dessas duas usinas. Toda essa mão de obra foi necessária para que este empreendimento fosse criado e cumprisse seu objetivo: criar energia limpa e de qualidade para o nosso povo. E com o início das atividades, mais postos de trabalho serão criados”, disse o governador.

As duas novas usinas fazem parte do projeto de quatro usinas que serão geridas pelo Consórcio Oxe Energia, sendo elas Bonfim, Cantá, Pau Rainha e Santa Luz. Cada uma delas gerará 10 MW de energia, totalizando 40 MW quando as quatro unidades estiveram em pleno funcionamento. O investimento foi de R$ 365 milhões.

O presidente da Femarh (Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), Glicério Fernandes frisou que, com a produção dessa capacidade de energia, com baixa emissão de carbono, Roraima terá uma grande conquista, uma vez que a oferta de energia propicia o crescimento da economia local e traz maior segurança a todos os empreendimentos do nosso Estado.

“Esse complexo de geração de energia fica implantado no munícipio de Boa Vista, na região de Jacitara, e no município de Cantá, na região da Serra da Lua. É um empreendimento que impulsionará, cada vez mais, o setor do agronegócio no nosso Estado”, complementou.

O início de tudo

A partir de 2001, Roraima passou a ser abastecido, primordialmente, por energia elétrica oriunda da Venezuela e, secundariamente, por termelétricas locais.

Entretanto, em março de 2019, a transmissão de energia do país vizinho foi interrompida. Com isso, a energia do Estado passou a ser gerida por meio das termelétricas existentes por aqui, fontes caras e extremamente poluentes.

Com o diálogo entre o governador Denarium e o presidente Bolsonaro, para amenizar a problemática, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) realizou leilão, com o objetivo de encontrar projetos que supram essa demanda da Capital de localidades próximas.

A vitória da Oxe Energia no leilão do órgão, com o projeto “Térmica a Biomassa”, foi o pontapé inicial para garantir a diversificação do suprimento de fontes energéticas em Roraima e na região Norte do Brasil, por meio de alternativa com baixo potencial poluidor e com menores custos de implantação e manutenção.

Ayan Ariel

 

 

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