Sesau reforça a importância da imunização contra a febre amarela

População-alvo da vacinação contra a doença é formada por pessoas que tenham entre 9 meses e 59 anos de idade. – Fotos: Ascom/Sesau

A Sesau (Secretaria de Saúde) emitiu na terça-feira, 31 de outubro, uma nota informativa que reforça junto aos municípios a necessidade de ações mais efetivas contra a febre amarela. O Estado entrou em alerta após a confirmação de um óbito pela doença no fim de agosto deste ano.

Além de reforçar orientações quanto à importância da proteção de pessoas que se expõem a ambientes de risco, como regiões de mata, florestas e áreas de garimpo, as autoridades do Estado pedem maior empenho dos gestores municipais no que se refere à necessidade de notificações de casos e aumento da taxa de cobertura vacinal contra a doença.

Dados do Núcleo Estadual de Controle da Febre Amarela e Dengue, até o dia 31 de outubro de 2023, a cobertura de vacinação do Estado contra a febre amarela era de apenas 31,74%, percentual abaixo dos 44,56% registrados no ano de 2022.

“A vacinação contra a febre amarela é muito importante, pois se trata da medida mais importante e eficaz para prevenção e controle da doença, sobretudo na nossa região, onde há comprovação da febre amarela silvestre, ou seja, transmissão em mata”, explicou a médica infectologista e técnica da Vigilância em Saúde, Maria Soledade Garcia Benedetti.

Conforme ela, a população-alvo da vacinação contra a doença é formada por pessoas que tenham entre 9 meses e 59 anos de idade. Nesse sentido, o Ministério da Saúde preconiza a aplicação de duas doses de imunizante para as crianças, sendo uma aos 9 meses de vida e a dose de reforço aos 4 anos de idade. Para as pessoas de 5 a 59 anos, não vacinadas ou sem comprovação vacinal, há a necessidade de aplicação de apenas uma única dose.

“É importante destacar ainda que, após a vacina, os anticorpos protetores aparecem entre o sétimo e o décimo dia depois da aplicação, e que por essa razão a imunização do indivíduo deve ocorrer ao menos 10 dias antes da pessoa ingressar em alguma área de risco para a doença”, enfatizou.

Diferenças entre febre amarela urbana e silvestre

De acordo com relatório da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, o resultado da amostra analisada no Instituto Evandro Chagas, de Belém (PA), confirmou que a causa da morte do paciente, um homem de 37 anos, ocorreu em decorrência de febre amarela silvestre, o que descartou as suspeitas de óbito por febre maculosa.

O mesmo documento aponta que a vítima residia na capital, Boa Vista, mas que havia se deslocado até uma área de mata no município de Rorainópolis, entre os dias 23 e 24 de agosto.

Os primeiros sintomas se manifestaram no dia 27 de agosto e, no dia seguinte (28), ele acabou buscando atendimento em uma unidade hospitalar da rede privada de saúde. Devido ao agravamento da doença, o paciente acabou sendo internado no HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento) no dia 29 e evoluindo a óbito no dia 31 de agosto.

Na forma silvestre, a transmissão ocorre por meio da picada do mosquito fêmea das famílias Haemagogus e Sabethes, que são comumente encontradas em áreas de mata. Já em áreas urbanas, a doença é transmitida pelo Aedes aegypti e Albopictus.

No Brasil, a vacina usada no SUS (Sistema Único de Saúde) é produzida pela Bio-Manguinhos, da Fiocruz, que utiliza vírus vivo atenuado. É considerado um imunobiológico seguro e extremamente eficaz contra a doença, com imunogenicidade de proteção de 90% a 98%.

“Apesar de a vacinação ser a medida mais eficaz de prevenir a doença, há a necessidade de se avaliar caso a caso, uma vez que tanto o profissional médico, quanto o especialista da Sala de Saúde precisa estar atento às contraindicações da vacina antes da aplicação. E, para isso, eles podem acessar os manuais do próprio PNI [Programa Nacional de Imunização], bem como o guia de vigilância sanitária do Ministério da Saúde”, salientou a infectologista.

A vacina contra a febre amarela está disponível nas unidades básicas de saúde dos municípios.

“Recomenda-se também a adoção de medidas de proteção individual, como o uso de roupas com mangas compridas, uso de repelentes e mosquiteiros. Além disso, as secretarias municipais de saúde podem atuar para melhorar a cobertura de imunização da população e também levar informações por meio de campanhas educativas, informando o que é a febre amarela e como é possível evitá-la”, concluiu.

Minervaldo Lopes

 

 

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