Coluna Voz & Valor – por Carol Padilha

Você ainda está aqui — e isso não é pouco

Em tempos em que tanto se cobra performance, presença e resultados, é fácil esquecer que só o fato de estar aqui, inteiro, já é uma vitória. Muitos não chegaram. Outros ficaram pelo caminho — não por fraqueza, mas porque a jornada é, sim, dura. Para empreendedores, líderes e profissionais em constante entrega, reconhecer a própria sobrevivência já é um ato de coragem.

Lembre-se disso: você ainda está aqui, mesmo depois de tudo que passou.

O que isso tem a ver com gestão, liderança e resultados?

Tudo.

Quem lidera precisa saber sustentar a pressão. Mas mais que isso: precisa desenvolver a habilidade de ressignificar as dores do processo com intencionalidade, mantendo-se centrado em seus valores, Virtudes e aprendizados.

A Psicologia Positiva, ciência que estuda o que nos fortalece e gera bem-estar sustentável, mostra que vulnerabilidade, resiliência, foco e disciplina não são forças opostas. Elas andam juntas e são essenciais na construção de resultados consistentes — especialmente em ambientes adversos, como o empreendedorismo brasileiro.

Ressignificar é diferente de ignorar

Não se trata de fingir que não dói. O caminho da resiliência não é um atalho emocional. Pelo contrário: passa por aceitar, nomear e perceber seus sentimentos, como bem propõe Brené Brown ao falar sobre a coragem de ser vulnerável.

Mas também passa por cultivar um senso interno de propósito. O psicólogo Martin Seligman nos lembra que pessoas com maior clareza de propósito (Significado) e engajamento tendem a atravessar períodos de estresse com mais equilíbrio e resiliência emocional.

Viva seu processo com intencionalidade. Olhe para a dor sem medo, mas também sem apego. Use-a como combustível.

A travessia exige foco — mas também autocompaixão

Disciplina e foco continuam sendo habilidades fundamentais. Mas elas não sustentam um ciclo virtuoso sozinhas. Empreendedores e líderes que constroem legados praticam também a autocompaixão, porque sabem que ninguém cresce sob o peso da autocrítica tóxica ou da comparação constante.

Liderar com consciência envolve reconhecer os próprios limites, escutar o que se sente antes de decidir, pedir ajuda quando necessário e se permitir errar e aprender — sem se punir por isso. Esses são atos silenciosos, mas poderosos, de autocompaixão cotidiana.

Lembre-se: o jogo é de longo prazo. O que você constrói hoje nasce da forma como você pensa, sente e age diante dos desafios. E não há como cuidar do outro (ou da empresa) sem antes aprender a cuidar de si.

Você ainda está aqui. Comemore. E siga.

A frase que inspirou este texto veio de um menino de 14 anos, que sentiu a dor — e o orgulho — de ter dado tudo de si durante um treino pesado na academia:

Disse ele: “Eu dei tudo de mim, e ainda estava ali, treinando até o fim. Isso não é pouco.”
E não é mesmo.

Acolha sua história. Reconheça sua força. Não terceirize seus sonhos. E siga, com coragem, humildade e presença.

Porque a vida que você quer — e o impacto que você veio causar — ainda estão te esperando.

(*) Carol Padilha é Empreteca, Administradora, Empreendedora, Dama Comendadora, Especialista em Gestão, Neurociência para Negócios, Psicologia Positivia. Apaixonada por ajudar pessoas a resolverem problemas complexos e a enxergarem sentido em suas jornadas.

Nota de Rodapé: Nesta coluna, trago reflexões que unem Gestão, Empreendedorismo, comportamento humano e experiências do cotidiano para inspirar você, leitor, a atravessar seus desafios com mais consciência, coragem e sentido

Veja também

Topo