

Ana Siqueira Calleri e o café que deu voz à Amazônia empreendedora
Há histórias que não cabem apenas em prêmios — cabem na alma de um povo.
A conquista de Ana Siqueira Calleri, vencedora nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2025, na categoria Produtora Rural, é uma dessas histórias que ultrapassam o reconhecimento individual e se transformam em símbolo coletivo.
Porque o que Ana construiu com o Imeru Café não é só uma marca: é uma ponte entre ancestralidade e inovação, terra e propósito, identidade e futuro.
É o testemunho de que, quando a mulher indígena empreende, ela não busca apenas sustento — ela regenera o território, o orgulho e o pertencimento.
Ana poderia ter seguido o caminho previsível: o curso de Medicina fora do país, a busca por estabilidade.
Mas escolheu o improvável. Escolheu o campo. Escolheu o café.

E, ao fazer isso, deu um novo significado à palavra “sucesso” — porque o verdadeiro sucesso nasce quando o propósito floresce onde antes parecia haver apenas limite.
O que mais me inspira nessa conquista é o valor invisível que sustenta o resultado: o amor pela mãe, o legado da avó, o respeito pela terra, o olhar empreendedor que une técnica e afeto.
É essa mistura rara que transforma um grão de café em símbolo de resistência e orgulho.
O ouro que Ana traz para casa não está na cor da medalha, mas na mensagem que ela carrega:
– é possível empreender com raízes firmes e asas abertas.
– é possível crescer sem arrancar o que nos faz únicos.
– é possível fazer negócios com propósito, sem perder o sentido de comunidade.
Histórias como a de Ana Siqueira Calleri lembram que o empreendedorismo feminino na Amazônia é mais do que estatística — é força viva, que cura o que o descaso feriu.

E, quando uma mulher indígena sobe ao palco nacional levando consigo o nome do nosso estado, ela não está sozinha.
Carrega o peso e o brilho de todas as mulheres que decidiram transformar dor em propósito, terra em valor e sonho em legado.
Parabéns, Ana Siqueira Calleri. Que o sucesso do Imeru Café continue ecoando como a voz viva da Amazônia empreendedora — firme em suas raízes e grandiosa em seu propósito.
O café da Ana tem aroma de vitória.
Mas o sabor — esse é de esperança plantada e colhida com as próprias mãos.
(*) Carol Padilha é Empreteca, Administradora, Empreendedora, Dama Comendadora, Especialista em Gestão, Neurociência para Negócios, Psicologia Positivia. Apaixonada por ajudar pessoas a resolverem problemas complexos e a enxergarem sentido em suas jornadas.
Nota de Rodapé: Nesta coluna, trago reflexões que unem Gestão, Empreendedorismo, comportamento humano e experiências do cotidiano para inspirar você, leitor, a atravessar seus desafios com mais consciência, coragem e sentido

