Por Trás da Fumaça: em tempos de estiagem veja as ações de prevenção e economia de água que o TJRR implementa

Órgão promove campanhas de conscientização ambiental o ano inteiro, além da manutenção de poços artesianos em unidades da capital e do interior. – Fotos: Nucri/TJRR

Como forma de alertar e conscientizar sobre o cenário de estiagem vivido atualmente por em todo o Estado, o Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), por meio do Setor de Sustentabilidade e Responsabilidade Social, divulgou, neste dia 22 de março, Dia Mundial da Água, o sexto episódio da série: Por Trás da Fumaça, abordando os relatos de quem enfrenta desafios nesta época do ano e as ações de prevenção e cuidados do Poder Judiciário com os recursos hídricos.

O rio Branco, principal fonte de abastecimento do Estado, chegou a marcar uma baixa de -36 centímetros, o menor nível registrado em 2024, segundo dados divulgados pela Companhia de Águas e Esgotos de Roraima em 22 de março, disponível para consulta neste link.

Diante desse cenário, todos se unem em ações preventivas, educacionais, de economia e sustentabilidade. O Tribunal de Justiça de Roraima promove campanhas de conscientização ambiental o ano inteiro, além da manutenção de poços artesianos em unidades da capital e do interior.

Segundo o subsecretário de Planejamento e Governança do TJRR, Arthur Azevedo, os poços artesianos visam combater o desperdício de água potável e o desabastecimento.

“O Poder Judiciário também atua com o monitoramento do consumo de água, para evitar desperdício devido a algum vazamento ou problema hidráulico, realiza campanhas internas e participa de atividades realizadas por outras instituições para ajudar na conscientização de toda a sociedade. Preocupa-se também em contribuir com a preservação dos recursos hídricos e minimizar os danos ao meio ambiente”, reforçou o subsecretário.

Relatos de trabalhadores da agricultura revelam como a estiagem impacta de forma direta nesta atividade

“Para manter a plantação irrigada, preciso economizar o dobro. O meu poço está aqui no limite, molho um pouco pela manhã e à tarde. Tem áreas que deixamos de molhar porque a água não está suprindo. E conforme o dia a dia de trabalho ela [água] só diminui”, relatou a produtora rural e integrante das “Camponesas do Lavrado”, Edileusa Costa.

A agricultora mora na região do Projeto de Assentamento Nova Amazônia, localizado na zona rural de Boa Vista. Ela trabalha juntamente com outras moradoras da região para a produção de cestas alimentares que são a maior parte da renda das famílias. Devido à seca, o prazo para entrega das cestas ficou incerto, devido ao tempo de produção dos produtos.

“Um produto de qualidade na mesa do ser humano traz saúde e dignidade para a família”, reforçou.

O agricultor Pedro Alberto Freitas sofre todos os anos com as queimadas, que afetam a região de Monte Cristo, e relata que com a falta d’agua, não sabe o que vai fazer, caso pegue fogo, novamente, na sua residência

“Agora é esperar por chuva. Que Deus lembre da gente aqui que nós estamos numa série de uns três meses que não chove. Tem que ir chovendo, tem água, hoje o problema tá tão sério com as estiagem, que você tem um fogo, você ligava a bomba, a mangueira e hoje nem água tem. Os poços estão todos secos”.

Boa Vista, que depende do rio Branco para o abastecimento de água, ainda não está em racionamento, mas a situação pode se agravar se o rio continuar baixando, conforme afirma o ambientalista Silvio Teixeira.

“Até que comecem as chuvas, final de maio, junho, julho, agosto, onde realmente chove no nosso estado, é que veremos a mudança climática, e a situação poderá ser amenizada. A chuva é essencial para que esses níveis de água que estão muito baixos, voltem a subir”, explicou o ambientalista Silvio Teixeira.

As autoridades locais estão adotando medidas para lidar com o atual momento

O Governador de Roraima decretou, no dia 24 de fevereiro, situação de emergência nos municípios de Amajari, Alto Alegre, Cantá, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Pacaraima, Normandia e Uiramutã, em razão do agravamento da estiagem.

A prefeitura municipal de Boa Vista também decretou situação de emergência em diversas áreas, reconhecendo a gravidade da situação e a necessidade de ação imediata para lidar com essa crise sem precedentes. O decreto válido por 180 dias foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM). Com isso, o Estado chegou a 12 cidades que admitiram viver a crise provocada pela forte estiagem.

É importante destacar ainda os números de emergência:

Bombeiros – 193. Ibama: (95) 4009-9400 Polícia Militar (190), Polícia Civil (197) Disque Denúncia da Polícia Civil (181)

Por Trás da Fumaça

Esta reportagem sobre o Dia Mundial da Água encerrou a série de matérias especiais produzidas pelo Tribunal de Justiça sobre o período de estiagem registrado em Roraima no início de 2024. Com seis edições, o Judiciário abordou temas relacionados às Campanhas Institucionais, às Mudanças Climáticas, às Queimadas, à Biodiversidade e à Sustentabilidade.

O conteúdo completo está disponível no site do Tribunal de Justiça. Além disso, também foram veiculadas matérias especiais em formato de áudio no Spotify, as quais podem ser conferidas no perfil “Tribunal de Justiça de Roraima”.

 

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